Saúde e bem-estar

Fumar deixa marcas duradouras no ADN

O tabagismo pode afetar o genoma humano sob a forma da metilação do ADN, um processo através do qual as células controlam a atividade dos genes, dá conta um estudo publicado na revista “Circulation: Cardiovascular Genetics”.

Os investigadores do Instituto de Ciências de Saúde Ambiental constataram que a metilação do ADN pode revelar os antecedentes tabágicos de um indivíduo e ajudar, consequentemente, a desenvolver novas terapias direcionadas contra as doenças associadas ao tabagismo.

Stephanie J. London, uma das autoras do estudo, refere que os resultados também indicam que, mesmo após um indivíduo deixar de fumar, ainda é possível observar os efeitos do tabaco no ADN.

Apesar de as taxas de tabagismo terem diminuído em todo o mundo, como resultado de campanhas antitabágicas e legislação, décadas após os indivíduos deixarem de fumar, ainda existe um risco aumentado de desenvolver algumas doenças, incluindo alguns tipos de cancro, doença pulmonar obstrutiva crónica e acidente vascular cerebral.

Apesar de não se conhecer ao certo os mecanismos moleculares envolvidos nestes efeitos de longo prazo, estudos anteriores associaram locais de metilação do ADN a genes associados a doença coronária e pulmonar, o que sugere que a metilação do ADN pode desempenhar um papel importante.

Para o estudo, os investigadores analisaram cerca de 16 mil amostras de sangue de participantes. Comparativamente com os não fumadores, os investigadores verificaram que os locais de metilação do ADN associados ao tabagismo estavam relacionados com mais de sete mil genes, um terço dos genes humanos conhecidos.

Nos indivíduos que deixaram de fumar, a maioria dos locais de metilação do ADN voltaram aos níveis observados nos não fumadores cinco anos após a cessação tabágica. Contudo, alguns locais de metilação de ADN persistiram 30 anos após os indivíduos deixarem de fumar. Os locais de metilação mais significativos estavam associados a genes envolvidos num maior risco de doenças associadas ao tabagismo, como doenças cardiovasculares e determinados cancros.

Roby Joehanes, um dos autores do estudo refere que o tabagismo tem de facto um efeito duradouro na maquinaria molecular, um impacto que pode durar mais de 30 anos. “A notícia encorajadora é que uma vez que se deixa de fumar, a maioria dos sinais de metilação do ADN voltam aos níveis de um não fumador após cinco anos, o que significa que o corpo está a tentar curar-se dos efeitos nocivos do consumo de tabaco”, concluiu.

Fonte: Univadis

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