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Costa admite que não tomaria as mesmas medidas no Natal

Rodrigo Antunes / Lusa

O primeiro-ministro admitiu esta terça-feira, no Parlamento, que se soubesse o que sabe agora, não teria mantido medidas menos restritivas na época do Natal, que permitiram, por exemplo, a circulação entre concelhos na noite de dia 24. 

Em resposta ao deputado centrista Telmo Correia, que questionou diretamente o primeiro-ministro sobre se teria tomado as mesmas medidas no período de Natal se soubesse o que sabe agora sobre a evolução da pandemia, António Costa foi perentório: “Na circunstância que temos hoje, nenhum de nós teria tomado aquelas medidas”.

O líder do Executivo socialista assumiu “plena responsabilidade pelas circunstâncias em que o país está hoje”, sublinhando, contudo, que o Governo procurou tomar medidas com base na “melhor informação científica” disponível à data.

Ainda assim, mostrou-se disponível para assumir a “culpa” pela evolução da pandemia em Portugal nos últimos dias. “Se o senhor deputado acha que resolve os problemas do país dizendo que a culpa foi minha pela forma como as famílias celebraram o Natal e que é, por isso, que estamos como estamos, ofereço-me já a esse sacrifício e deixo à sua consciência se acha que foi eu o responsável pela situação em que estamos”.

No mesmo debate, o deputado da Iniciativa Libera (IL), João Cotrim Figueiredo acusou o primeiro-ministro de culpar os portugueses na declaração desta segunda-feira, durante a qual ajustou as medidas do novo confinamento, pelos números de casos e óbitos associados à covid-19 registados nos últimos dias.

Na resposta, António Costa rejeitou ter culpado os portugueses: “Ontem devia estar pouco sorridente mas mesmo um otimista tem poucos motivos para sorrir, nesta situação – mas não culpei os portugueses, se revir o que eu disse, vai ver que está enganado”.

“Os próximos dias são duríssimos! Por favor, ajudem-nos”

Foi a ministra da Saúde, Marta Temido, quem encerrou o debate desta terça-feira.

Respondendo ao deputado da IL que questionou o Governo sobre o o hospital de Miranda do Corvo, em Coimbra, que, segundo o parlamentar, está “prontinho a estrear e até tem mais camas do que as que foram disponibilizadas pela Cidade do Futebol”, Marta Temido afirmou que o tempo é demasiado grave para questões “sem ligação à realidade”.

“Onde está o hospital? O que temos é camas, o que temos é espaço, o que temos é um contrato que o SNS já tem esse hospital para cerca de 80 camas de cuidados integrados – isso não é um hospital, paremos de enganar os portugueses”.

E continuou, devolvendo as questões deixadas por João Cotrim Figueiredo: “Há enfermeiros para mandar para lá? Há médicos para mandar para lá? (…) Não há – houvesse e seria isso que faríamos agora, porque os tempos estão demasiado graves”.

A terminar a sua intervenção, Marta Temido, visivelmente emocionada, assumiu que o momento que o país vive é crítico e que os próximos dias serão muito duros.

Por isso, deixou um apelo aos portugueses: “Estamos muitíssimo preocupados com os números que temos, com os óbitos, com os novos casos, mas temos conseguido aumentar o ritmo de testagem, graças a uma cooperação entre vários setores – haja meios que todos cá estaremos para aproveitar essa capacidade de cooperação”.

“Os próximos tempos serão duríssimos. Por favor, ajudem-nos todos!”, rematou.

Novo máximo de óbitos

Portugal contabilizou esta terça-feira 218 mortes, um novo máximo de óbitos em 24 horas, relacionados com a covid-19, e 10.455 novos casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

 Quase metade das mortes registaram-se na região de Lisboa e Vale do Tejo (88 mortos).

Na véspera, nesta segunda-feira, as autoridades de saúde deram conta da morte, no total, de 167 pessoas com covid-19 em 24 horas. Estes números mostram que, nas últimas 24 horas, morreu uma pessoa com a doença a cada sete minutos.

Há ainda 10.455 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, um valor muito acima do valor desta segunda-feira (6.702), mas em linha com o que tem sido registado nos últimos sete dias: só na segunda-feira é que não houve registo de mais de 10.000 casos.

A região de Lisboa e Vale do Tejo continua a registar o maior número de infeções (5.012), seguindo-se depois o Norte (2.970), Centro (1.605) e no Alentejo (531).

O boletim dá ainda conta de 10.282 recuperados.

 

Fonte: ZAP

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