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Material de Penso com Ação Terapêutica

O Material de Penso  com Ação Terapêutica  cria e mantém  as condições  ideais,  no leito da ferida, para que a cicatrização ocorra ou, em alguns  casos,  modele  e estimule  o próprio processo  por libertação  de substâncias com papel ativo na cicatrização. São materiais,  que expressam  novos conceitos  de cicatriza- ção em meio húmido,  com critérios de escolha  bem definidos  e associados a novas formas de trabalho no que diz respeito  à realização  do penso.   . Indicações do Material de Penso

 

Indicação Principal Tipo de penso Mecanismo Ação
Controlo de Odor • Carvão Adsorção de odores  resultantes da intensa  atividade  metabólica  dos microrganismos.
Controlo de Exsudado • Alginatos• Carboximetilcelulose• Espumas Absorver o excesso  de exsudado no leito da ferida, mantendo a humidade  ideal para cicatrização.
Controlo da Infeção • Ácidos Gordos Esterificados• Iodo• Mel• Polihexametileno  biguanida• Prata Ação bactericida/bacteriostática em feridas infetadas.
Desbridamento • Colagenase• Hidrogel em gel• Poliacrilatos Degradação  dos tecidos  necrosa- dos através  de processos enzimá- ticos ou autolíticos.
Granulantes/Epitelizantes • Hidrocolóides• Hidrogel em penso• Películas Manutenção  da humidade  no leito da ferida.
Interfaces • Gazes Impregnadas Diminuição da aderência  à superfí- cie do leito da ferida.

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Indicação Principal (cont.) Tipo de penso (cont.) Mecanismo Ação (cont.)
Promotores  da Cicatrização • Acido Hialurónico• Colagénio Estimulação do processo  de cica- trização por cedência  de subs- tâncias  endógenas envolvidas na formação e maturação  da matriz extracelular.
Protetores Cutâneos • Polímeros Acrílicos• Películas Proteção  da pele contra agressões externas.

 Material  de Penso com Ação Terapêutica

ÁCIDOS  GORDOS  ESTERIFICADOS

Descrição São constituídos por ésteres  de ácidos gordos. Podem  apresentar-se de duas  formas:• Tecido de acetato  impregnado  com ésteres  de ácidos  gordos,  compressa  re- donda  ou  plana,  que  pode  ter  numa  das  faces  uma  película  adicional  de celulose.• Gaze de algodão  impregnada  com ésteres  de ácidos gordos em rolo.
Mecanismo de Ação Adsorvem os microrganismos  à medida  que o exsudado da ferida vai passando pelo penso  e os vai arrastando, sendo  a hidrofobicidade  obtida  pela ligação dos ácidos do penso  com a membrana  celular dos microorganismos.Estes pensos  têm ação  bacteriostática sem recorrer a agentes  químicos, sendo os ácidos  gordos  responsáveis pelos  fenómenos  de adsorção  de microorganis- mos que se baseiam  no princípio físico da interação  hidrofóbica.Apresentam também  capacidade de absorção  do exsudado.
Indicação Terapêutica Principal Feridas infetadas  ou com suspeita de infeção.
      Alertas Aspetos práticos:• Pode  ser  cortado   e  adaptado  às  regiões anatómicas, com  excepção  do  penso  com celulose.• No  caso   da   apresentação  de   tecido   de acetato impregnado com ácidos gordos e camada adicional de celulose, a parte ab- sorvente  do penso  deve ser aplicada no lei- to  da  ferida. No mesmo,  nunca  devem  ser aplicados  outros  produtos  com substâncias gordas ou oleosas  na sua constituição, pois afetam a eficácia do penso.  • Em doentes a fazer radioterapia não  é ne- cessário  remover o penso. Contra-indicações:• Alergia documentada aos seus  constituintes
Critérios de Seleção Preferencial na impossibilidade de utilizar penso  com mel ou alergia a pensos com antissépticos. Escolha possível em doentes a fazer radioterapia.

Referências Bibliográficas (1) Ficha técnica e folheto informativo. 14           (2) Hampton, S.; An Evaluation of the Efficacy of Cutimed® Sorbact® in Different types of non-healing  wounds. Wounds, 2007

 

ÁCIDO HIALURÓNICO

Descrição É um polissacarideo endógeno pertencente ao grupo dos glucosaminoglicanos. Os pensos  são constituídos por:• Ésteres de ácido hialurónico;• Ácido hialurónico adsorvido  numa gaze gorda;• Ácido hialurónico e alginato  de sódio. Também existe a apresentação em creme.
    Mecanismo de Ação Devido às suas características  higroscópicas  desempenha três funções essenciais:• Expande o espaço  extracelular,  para  formar a matriz conferindo-lhe  estabili- dade  e elasticidade;• Reestrutura  a matriz que irá permitir um aumento  da migração celular, nome- adamente dos fibroblastos;• Modula a resposta inflamatória.   Facilita a reorganização  e contração  do colagénio  durante  a reparação,  aumen- tando  a velocidade  de cicatrização.
Indicação Terapêutica Principal Feridas com fase inflamatória prolongada  como promotor  de cicatrização.
Alertas Aspetos práticos:• Exige penso  secundário  adequado ao nível de exsudado.• Os pensos  com alginato  na sua  composi- ção têm um papel importante na absorção do exsudado. Contra-indicações:• Alergia documentada aos seus constituintes.• Não  utilizar  em  simultâneo desinfetantes contendo  sais de  amónio  quaternário, de- vido  ao  risco  de  precipita- ção do ácido hialurónico.
Critérios de Seleção Feridas de difícil cicatrização e com facilidade de formação de colóides.

Referências Bibliográficas (1) Ficha técnica e folheto informativo. (2) Brown, J.; The role of hyaluronic acid in wound healing’s proliferative phase.  J Wound Care, 2004 (3) Nazarko, L.; Advanced wound care products  for accelerating  healing. Nursing & Residential Care, 2006

 

ALGINATOS

      Descrição São extratos  de algas marinhas compostos por polímeros dos ácidos gulurónico e manurónico.  O ácido  manurónico  (M) forma um gel mais frágil e é mais fle- xível, o ácido gulurónico (G), ao contrário,  é mais fibroso  e forma um gel mais consistente. Assim, a sua classificação é feita de acordo com o polímero predo- minante  (tipo M ou G). Também diferem entre  si pela relação entre  cálcio/sódio predominante no alginato.Existe a apresentação em penso  e tira.Estão comercializadas  associações de alginatos  com vários constituintes, como por exemplo a prata, hidrocolóides  e outros, alargando  assim as suas indicações terapêuticas.
Mecanismo de Ação As fibras de alginato absorvem  por capilaridade  cerca de 10 a 20 vezes o seu peso em exsudado. Isto é devido  à troca iónica entre  o exsudado  e os polímeros  dos ácidos algínicos dominantes no alginato.Os alginatos  de cálcio apresentam ação  hemostática  uma vez que  os iões  Ca2+induzem a formação de protrombina.
Indicação Terapêutica Principal Feridas muito exsudativas. Feridas sangrantes.
        Alertas Aspetos práticos:• Exige penso  secundário  adequado ao nível de exsudado.• Podem  ser cortados.  • Nunca ultrapassar os  bordos  íntegros  da ferida, para evitar a maceração  da pele cir- cundante.   • Para  facilitar  a  remoção  humedecer   com cloreto de sódio  a 0,9%.   • Quando  utilizados  como hemostáticos de- vem  ser  aplicados  durante   algum  tempo no leito da ferida, findo o qual devem ser substituídos por outro alginato. Contra-indicações:•  Alergia   documentada  aos seus constituintes.• Feridas  cavitárias   estreitas, devido   à   possibilidade de deixarem resíduo
Critérios de Seleção Para uma correta seleção basear a escolha na integridade  das fibras de alginato.

Referências Bibliográficas (1) Ficha técnica e folheto informativo. (2) Rocha, MJ et al.; Feridas uma arte secular- Avanços tecnológicos  no tratamento de feridas; 2ª ed., 2006 (3) Agreda, JJ, Bou JH.; Atención integral de las heridas  crónicas. 1ª ed., 2004 (4)     Fernandez,    FP   t   al.;   Guia   para    el   cuidado    del    paciente    com   úlceras    por    presión    o   com    riesgo    de    desarrollarlas;    1ª   ed.,    2001 (5) Hess, CT.; Clinical guide wound care. 4th ed., 2001

 

CARBOXIMETILCELULOSE SÓDICA

Descrição O constituinte principal é a carboximetilcelulose  sódica  com um baixo grau de metilação,  que é pouco solúvel em meio aquoso  e tem uma elevada  capacidade de retenção  de exsudado.  São também  designadas por hidrofibras.Existe a apresentação em penso  e tira.Estão  comercializadas  associações de  carboximetilcelulose  com  vários  consti- tuintes,  como  por  exemplo  com a  prata,  alargando  assim  as  suas  indicações terapêuticas.
Mecanismo de Ação Em contato  com exsudado  da ferida a carboximetilcelulose  sofre um processo  de hidratação,  transformando-se lentamente em gel. A absorção  ocorre verticalmente sem expansão  lateral  prevenindo  a maceração  dos  tecidos  adjacentes, podendo atingir cerca de 30 vezes o seu peso.Os pensos  com prata libertam-na progressivamente para o leito da ferida, de acor- do com a velocidade  de absorção  de exsudado.
Indicação Terapêutica Principal Feridas muito exsudativas.
        Alertas Aspetos práticos:• Exige penso  secundário  adequado ao nível de exsudado.• Nas feridas  cavitárias  não  preencher  a ca- vidade  na  totalidade (para  permitir o au- mento  de volume do penso).  • Podem  ser  cortados,   mesmo  os  que  têm na sua composição  prata Contra-indicações:•  Alergia   documentada  aos seus constituintes.
Critérios de Seleção Avaliação da quantidade de exsudado  e tipo de ferida. Boa opção para feridascavitárias por não deixar resíduo a quando  da sua remoção.

Referências Bibliográficas (1) Ficha técnica e folheto informativo. (2) Stringfellow, S.et al.; Modern wound management: an update  of common produets. Nursing & Residential Care, 2003 (3)  Gray, D. et  al.;. Applied  Wound Management  in Wound Healing: a  systematic  approach  to  advanccd  healing  and  management. Wounds,  UK  Limited, Aberdeen; UK., 1st ed., 2005 (4) Weller, C. and Sussman,  G.; Wound Dressings Update. Journal of Pharmacy Practice and Research, 2006 (5) Foster, L. and Moore, P.; The application  of a cellulose based  fibre dressing  in surgical wounds../ Wound Care, 1997 (6) Robinson, BJ.; The use of a hydrofibre dressing  in wound management. J Wound Care, 2000 (7) Armstrong, SH. and Ruckley, CV.; Use of a fibrous dressing  in exuding leg ulcers. J Wound Care, 1997 (8) Moore, PJ. and Foster, L.; Cost benefits  of two dressings  in the management of surgical wounds.  Br J Nurs, 2000

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CARvÃO

Descrição São  constituídos por  uma  membrana  (viscose  e rayon  não  aderente)  que  en- volve uma camada  central de compressa  de tecido não tecido impregnada  com carvão  e uma camada  externa  constituída por viscose-poliamida  que  lhe serve de suporte.Estão  comercializadas  associações de  carvão  com  vários  constituintes,  como por exemplo  a carboximetilcelulose,  alginato  e prata,  alargando  assim  as  suas indicações  terapêuticas.
Mecanismo de Ação Neutraliza os odores pela adsorção  de ácidos gordos voláteis e aminas resultantes da atividade  metabólica  dos microrganismos,  quelando-os no seu interior.
Indicação Terapêutica Principal Feridas com odor intenso.
            Alertas Aspetos práticos:• Exige penso  secundário  adequado ao nível de exsudado.• Deve  ser  preferencialmente  usado   sobre outros  pensos  de preenchimento.  • Com o objectivo de proporcionar  ao doen- te um melhor bem-estar e integração na sociedade tem  interesse   em  tratamentos paliativos.   • Não podem  ser cortados,  porque  o carvão precipita no leito da ferida alterando  a ca- pacidade  de avaliação da mesma.   • Não devem ser aplicados  directamente no leito da ferida pois são facilmente inativa- dos pelo exsudado. Contra-indicações:• Alergia     documentada     aos seus constituintes.
Critérios de Seleção Boa opção no controlo do odor.

Referências Bibliográficas (1) Fichas técnicas  dos produtos  e folheto informativo. (2) Elias, C et al.; Material de Penso  com Acção Terapêutica: penso-acto de pensar  uma ferida; Grupo de Investigação em Feridas; Lousã; 2009 (3) Rocha, MJ et al.; Feridas uma arte secular- Avanços tecnológicos  no tratamento de feridas; 2ª ed., 2006

 

COLAGENASE

Descrição É constituída por uma enzima proteolítica, a colagenase. Apresenta-se no mercado  em bisnagas  de 30g.
Mecanismo de Ação Agente  desbridante  enzimático  do  colagénio  existente  no  tecido  necrosado do leito da ferida.Não sendo  específico para este  tecido a enzima colagenase provoca um aumento do estado  inflamatório da ferida e do nível de exsudado.
Indicação Terapêutica Principal Desbridamento de feridas com tecidos  necrosados e viscosos,  ricos em fibrina.
  Alertas Aspetos práticos:• Exige penso  secundário.• Aplicar directamente sobre o tecido necro- sado.  • Poderá aumentar  a produção  de exsudado. É aconselhável  proteger  os bordos  da feri- da para evitar a maceração.   • Aplicar diariamente. Contra-indicações:• Alergia     documentada     aos seus constituintes.• Não  deve  associar-se   a  ou- tros  • Evitar a associação  com an- tissépticos,          desinfetantes outros produtos enzimáticos ou que  contenham iões  me- tálicos.
Critérios de Seleção Escolha baseada na capacidade  de desbridamento rápido devido à atividade  enzi- mática.

Referências Bibliográficas (1) Fichas técnicas  dos produtos  e folheto informativo. (2) Patel, PP et al.; The role of enzymatic debridement to promote  wound healing. J Wound Technology, 2009, July ( 5) (3) Rocha, MJ et al.; Feridas uma arte secular- Avanços tecnológicos  no tratamento de feridas; 2ª ed., 2006 (4) Hess, CT.; Clinical guide wound care, 4th ed., 2001

 

COLAGéNIO

    Descrição É uma proteína  estrutural  dos  tecidos  e o principal constituinte do tecido  con- juntivo dos mamíferos.Os pensos  apresentam-se sobre a forma de:• Pó com colagénio  micronizado, mucopolissacáridos e fatores de crescimento.   • Esponja de colagénio  de origem bovina, não modificado,  associada a antibi- ótico exemplo a gentamicina.   • Penso  com colagénio  e celulose oxidada  regenerada, com e sem prata.
Mecanismo de Ação O colagénio exógeno  vai atuar  como substrato das metaloproteinases inativando o seu excesso na ferida. Os produtos da degradação do colagénio  criam um am- biente  favorável à migração de células ao longo do tecido de granulação.Apresenta ainda a capacidade  de absorver  radicais livres e de funcionar como he- mostático  em feridas hemorrágicas  (ação potenciada com a associação  a celulose oxidada  regenerada).
Indicação Terapêutica Principal Feridas com fase inflamatória prolongada  como promotor  de cicatrização.Feridas de cirúrgicas ortopédica  e cardiotoráccica (esponja  associada  a antibiótico).
Alertas Aspetos práticos:• Exige penso  secundário.• Aplicar só  em  feridas  limpas,  sem  tecido necrosado  ou fibrinoso e sem infeção (ex- ceptua-se o material que contém  prata  ou antibiótico  na sua constituição).   • Evitar  a  associação   com  antissépticos e desinfetantes. Contra-indicações:• Alergia     documentada     aos seus constituintes.
Critérios de Seleção Tipo de ferida e sua localização.

Referências Bibliográficas (1) Fichas técnicas  dos produtos  e folhetos  informativos. (2) Martindale – Pharmaceutical  Press, 33th ed., 2002 (3) Elias, C et al.; Material de Penso  com Acção Terapêutica: penso-acto de pensar  uma ferida; Grupo de Investigação em Feridas; Lousã; 2009 (4) Rocha, MJ et al.; Feridas uma arte secular – Avanços tecnológicos  no tratamento de feridas; 2ª ed., 2006

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ESPUMAS

  Descrição São constituídas por poliuretano  ao qual se associa  uma estrutura  hidrofílica. Apresentam-se sobre a forma adesiva  ou não adesiva  com várias configuraçõesanatómicas.Estão comercializadas  associações com vários constituintes, como por exemplo a prata,  alargando  assim as suas  indicações  terapêuticas.
Mecanismo de Ação Apresentam elevada capacidade  de retenção  de exsudado  pela natureza  hidrofílica da sua estrutura  e capacidade  de absorção  por capilaridade.
Indicação Terapêutica Principal Feridas exsudativas  como penso  primário ou secundário. Alívio de pressão.Em combinação  com terapia  de compressão.
            Alertas Aspetos práticos:• Selecionar  a espuma  de  modo  a que  so- breponha em alguns centímetros a pele perilesional.• Cortar os pensos  planos  não  adesivos,  se necessário, para  adaptar  à zona  anatómi- ca.   • Usar  pensos   adesivos   somente   em  pele perilesional  integra.   • Nas feridas  cavitárias  não  preencher  a ca- vidade  na  totalidade (para  permitir o au- mento  de volume do penso).   • Não usar pensos  adesivos  em combinação com a terapia  de compressão. Contra-indicações:• Alergia     documentada     aos seus constituintes.
Critérios de Seleção Tipo de ferida.Considerar o tamanho  da área ativa das apresentações adesivas.Avaliar a espessura do penso,  capacidade  de absorção  de exsudado  e tipo de ade- rência ao leito da ferida.

Referências Bibliográficas (1) Fichas técnicas  dos produtos  e folhetos  informativos. (2) Rocha, MJ et al.; Feridas uma arte secular- Avanços tecnológicos  no tratamento de feridas, 2ª ed.,2006 (3) Agreda, JJ, Bou JH.; Atención integral de las heridas  crónicas, 1ª ed.,2004 (4) Fernandez, FP et al.; Guia para el cuidado del paciente  com úlceras por presión  o com riesgo de desarrollarlas,  1ª ed., 2001 (5) Hess, CT.; Clinical guide wound care, 4ª,ed.,  2001                                                                                                                                                                                                                         21

 

GAZES IMPREGNADAS

Descrição São constituídas por fibras impregnadas de substâncias gordas  (parafina,  vase- lina, petrolato,  triglicéridos) ou silicone.Estão comercializadas  associações com vários constituintes alargando  assim as suas  indicações  terapêuticas.
Mecanismo de Ação Pensos  permeáveis  ao exsudado  e bactérias.  As suas  propriedades hidrofóbicas diminuem  a aderência  ao  leito  da  ferida,  facilitando  a remoção  do  material  de penso,  não alterando  o processo  de cicatrização
Indicação Terapêutica Principal Proteção  do leito da ferida.Proteção  de zonas  dadoras de enxerto.
Alertas Aspetos práticos:• Exige penso  secundário.• As  gazes   impregnadas  por   substâncias gordas  secam  com mais facilidade  no lei- to  da  ferida.  Para  facilitar a sua  remoção humedecer a gaze com cloreto de sódio  a 0,9%. Contra-indicações:• Alergia     documentada     aos seus constituintes.
Critérios de Seleção Ter em consideração o tipo de substância impregnada  na gaze.

Referências Bibliográficas (1) Fichas técnicas  dos produtos  e folhetos  informativos. (2) Rocha, MJ et al.; Feridas uma arte secular- Avanços tecnológicos  no tratamento de feridas, 2ª ed.,2006 (3) Platt AJ, Phipps A, Judkins K.; A comparative  study of silicone net dressing  and paraffin gauze dressing  in skin-grafted  sites.  Burns 1996 (4) Cowan, T.; Wound care Handbook,  2010-2011. MA Healthcare Ltd, 2010

 

HIDROCOLÓIDES

  Descrição São na generalidade constituídos por uma mistura de gelatina,  pectina  e carbo- ximetilcelulose.Apresentam-se sob a forma de penso  ou pasta.Estão comercializadas  associações com vários constituintes, como por exemplo poliuretanos, carboximetilcelulose  e alginatos,  alargando  assim  as suas  indica- ções terapêuticas.As apresentações em penso  são  compostas por uma espuma  externa  ou filme de poliuretano  e a apresentação em pasta  possui  um suporte  base  de poliéster e ou excipientes  gordos.
  Mecanismo de Ação Em contato   com  o  leito  da  ferida,  a  carboximetilcelulose  confere  ao  penso, capacidade moderada de absorção  de exsudado e forma com este  um gel que mantém  o leito da ferida húmido evitando  a aderência.Os hidrocolóides  com um elevado  teor  de  alginato  têm  maior  capacidade de retenção  de  exsudado.  A  camada  externa  de  poliuretano   confere  ao  penso  a capacidade de efetuar  trocas  gasosas com o exterior, nomeadamente de vapor de água  e oxigénio, mas  não  permite  a passagem de fluidos  e bactérias,  quer do leito da ferida para o exterior, quer no sentido  inverso.
Indicação Terapêutica Principal Feridas pouco exsudativas  com tecido de granulação ou epitelização,  como penso primário.Fixação de outros  pensos  como penso  secundário.Prevenção  de úlceras de pressão  (hidrocoloides  extra finos).
      Alertas Aspetos práticos:• O gel formado  aquando da utilização  dos hidrocolóides   tem  uma  coloração  amare- lada  e um cheiro desagradável caracterís- tico,  que  não  deve  ser  confundido  com sinais de infeção.• Em forma de pasta  podem  ser usados  con- comitantemente com as formulações em penso  para aumentar  a sua adesividade.   • Não  usar   em  feridas   muito  exsudativas nem em feridas infetadas. Contra-indicações:• Alergia     documentada     aos seus constituintes.
Critérios de Seleção Considerar na escolha o tipo de ferida e análise  da fase de cicatrização da mesma. Grau de adesividade ao leito da ferida.Integridade da pele.

Referências Bibliográficas (1) Fichas técnicas  dos produtos  e folhetos  informativos. (2) Elias, C et al.; Material de Penso  com Acção Terapêutica: penso-acto de pensar  uma ferida; Grupo de Investigação em Feridas; Lousã;2009 (3) Rocha, MJ et al.; Feridas uma arte secular – Avanços tecnológicos  no tratamento de feridas; 2ª ed., 2006 (4) Blanes, L.; “Tratamento de feridas”; São Paulo; 2004; acedido  em 27/08/2010 em http//www.bapbaptista.com.

 

HIDROGELES

Descrição São constituídos por polímeros  hidrofílicos com elevada  percentagem  de água ou cloreto de sódio.Apresentam-se sob a forma de gel e penso.Estão comercializadas  associações com vários constituintes, como por exemplo alginatos,  alargando  assim as suas  indicações  terapêuticas.
Mecanismo de Ação O gel hidrata  os tecidos  necrosados favorecendo  o desbridamento natural  por autólise.A formulação  em penso  mantém  o ambiente  húmido  favorecendo  a granulação e a epitelização  e atenua  a dor local.
Indicação Terapêutica Principal Feridas com tecido necrosado, seco e/ou depósitos de fibrina – formulação em gel. Feridas superficiais pouco exsudativas  – formulação em penso.
      Alertas Aspetos práticos:• O gel  exige  penso  secundário  pouco  ab- sorvente.• Nas feridas  com necrose  seca  devem  efe- tuar-se  alguns  cortes  em  linhas  cruzadas para facilitar a penetração do gel.   • Não aplicar em feridas muito exsudativas.   • Não associar  a antissépticos. Contra-indicações:• Alergia     documentada     aos seus constituintes.
Critérios de Seleção Forma de apresentação. Grau de viscosidade.Quantidade  por embalagem  unitária.

Referências Bibliográficas (1) Martindale – Pharmaceutical  Press, 33th ed., 2002 (2) Elias, C et al.; Material de Penso  com Acção Terapêutica: penso-acto de pensar  uma ferida; Grupo de Investigação em Feridas; Lousã; 2009 (3) Fichas Técnicas dos produtos, folhetos  informativos e outras  literaturas  dos produtos  disponíveis  no mercado. (4) Rocha, MJ et al.; Feridas uma arte secular – Avanços tecnológicos  no tratamento de feridas; 2ª ed., 2006

 

IODO

Descrição Apresenta-se sob a forma de:• compressa  de amido (cadexómero)  impregnada  com iodo• pó de cadéxomero de iodo• gaze impregnada  com iodopovidona
Mecanismo de Ação O iodo ioniza-se no leito da ferida, penetra  e oxida a parede  celular microbiana exercendo  assim o seu efeito anti-microbiano. Ação bactericida.
Indicação Terapêutica Principal Feridas infetadas.
      Alertas Aspetos práticos:• Exige penso  secundário.• Pode  ser cortado.   • A utilização prolongada  deve ser cuidado- samente  avaliada.   • A gaze  impregnada  liberta  rapidamente o iodo ficando descorada.   • Não  pode  ser  usado   concomitantemente com radioterapia. Contra-indicações:• Alergia     documentada     aos seus constituintes.• Situações   especificas   como doenças  da tiróide, gravidez, aleitamento, alterações  gra- ves da função renal, crianças ou  bebés   até   6  meses   de idade e antes e após trata- mentos  com iodo radioativo
Critérios de Seleção Tipo e forma da ferida.

Referências Bibliográficas (1) Fichas técnicas  do produto  e folhetos  informativos.

 

MALTODEXTRINA

Descrição A maltodextrina  é um hidrato  de carbono  composto  por maltose  e dextrose  que provém da decomposição do amido de milho.Apresenta-se  sob  a forma de gel ou pó, tendo  este  último na sua  constituição ácido ascórbico  a 1%.
Mecanismo de Ação Fornece ao  leito  da  ferida  os  nutrientes necessários para  que  o  processo  de cicatrização ocorra rapidamente. Tem capacidade de quimiotaxia.Na formulação em pó a diminuição do pH, proporcionada pelo ácido ascórbico, limita  o  crescimento  de  microorganismos.  Pode  atuar  como  neutralizante de odores.
Indicação Terapêutica Principal Feridas com cicatrização prolongada.
  Alertas Aspetos práticos:• Exige penso  secundário.• Deve utilizar-se o pó em feridas com maior quantidade de exsudado.   • Aplicar  o gel em feridas  secas  e zonas  de difícil acesso.   • A sua aplicação deve abranger  todo o leito da ferida Contra-indicações:• Alergia     documentada     aos seus constituintes.• Queimaduras  de 3º grau.
Critérios de Seleção Tipo de ferida e avaliação da quantidade de exsudado.

Referências Bibliográficas (1) Ficha técnica e folheto informativo. (2) The Merck Manual, Merck and CO., Inc; Rahway, United States.

 

MEL

Descrição Apresenta-se sob a forma de:• gel com diferentes  percentagens de mel• penso  com e sem rebordo•  pasta.  Existe em associação  com outros  constituintes. O mel comercializado é filtrado e tratado  com radiações  gama.
Mecanismo de Ação Ação anti-microbiana devido à elevada osmolaridade e atividade enzimática (por ação da glucose oxidase que transforma a glucose em ácido glucónico e peróxido de hidrogénio). Esta ação é reforçada pelos seus componentes fitoquímicos. Neutralização de odores.
Indicação Terapêutica Principal Feridas infetadas.
  Alertas Aspetos práticos:• A maioria  das  apresentações exige penso secundário.• Descontinuar  o tratamento em caso de ar- dor local. Contra-indicações:• Alergia     documentada     aos seus constituintes ou ao ve- neno  das abelhas.
Critérios de Seleção Tipo e localização da ferida.Possível escolha para doentes a efetuar radioterapia. Preferencial quando  contra indicada a prata ou o iodo.

Referências Bibliográficas (1) Fichas técnicas  e folheto informativo. (2) Elias, C et al.; Material de Penso  com Acção Terapêutica: penso-acto de pensar  uma ferida; Grupo de Investigação em Feridas; Lousã; 2009 (3) Gouveia, J.; O mel e a sua utilização no tratamento de feridas; acedido  em 27/10/2010 em http//kundanweb.no.sapo.pt. (4) Blanes, L.; Tratamento de feridas; São Paulo; 2004; acedido  em 27/08/2010 em http//www.bapbaptista.com.

 

PELÍCULAS

Descrição São constituídas por uma fina camada  transparente de poliuretano  simples  ou silicone.
Mecanismo de Ação Formação de um filme semi permeável que permite as trocas gasosas entre a pele e o exterior evitando o contato com fluidos e bactérias.
Indicação Terapêutica Principal Proteção  da pele como penso  primário.Fixação de outros  pensos  não adesivos  como penso  secundário. Epitelizantes.
Alertas Aspetos práticos:• Remoção por estiramento. Contra-indicações:• Alergia     documentada     aos seus constituintes• Feridas exsudativas.   • Pregas  cutâneas.
Critérios de Seleção Tipo de feridaGrau de transparência.Grau de adesividade à pele.

Referências Bibliográficas (1) Fichas técnicas  dos produtos  e folhetos  informativos. (2) Elias, C et al.; Material de Penso  com Acção Terapêutica: penso-acto de pensar  uma ferida; Grupo de Investigação em Feridas; Lousã; 2009

 

POLIACRILATOS

Descrição São constituídos por uma camada  exterior de fibras sintéticas  hidrofóbicas  e um núcleo de poliacrilato impregnado  com solução  de Ringer.
  Mecanismo de Ação A troca de fluidos promove uma limpeza e desbridamento contínuo do leito da ferida.Os poliacrilatos  apresentam afinidade  para  as moléculas  de proteínas  com ele- vado peso  molecular presentes nos detritos  da ferida, tecido necrosado,  toxinas e microrganismos,  aprisionando-as no seu núcleo.A solução de Ringer fornece cloreto de sódio, potássio e cálcio à ferida, garantin- do a limpeza interativa e contínua da ferida nas 24 horas, sem danificar o tecido são recém-formado  e contribuindo  para a formação do tecido de granulação.
Indicação Terapêutica Principal Desbridante  em feridas com tecido necrosado seco e/ou depósitos de fibrina.
        Alertas Aspetos práticos:• Exige penso  secundário  adequado ao nível de exsudado.• Aplicar  colocando  o lado  branco  em con- tato  com o  leito  da  ferida  e  o  lado  com riscas  verdes  virado  para  cima.  Na apre- sentação para feridas cavitárias não existe diferenciação  de lados.   • Não pode  ser cortado.   • Nunca ultrapassar os  bordos  íntegros  da ferida, para evitar a maceração  da pele cir- cundante. Contra-indicações:• Alergia     documentada     aos seus constituintes.
Critérios de Seleção Tipo de ferida.

Referências Bibliográficas (1) Fichas técnicas  dos produtos  e folhetos  informativos. (2) Martindale – Pharmaceutical  Press, 33th ed., 2002 (3) Elias, C et al.; Material de Penso  com Acção Terapêutica: penso-acto de pensar  uma ferida; Grupo de Investigação em Feridas; Lousã; 2009 (4) Nazarko, L.; Advanced wound care products  for accelerating  healing. Nursing & Residential Care, 2006 (5) Modern wound managementent:an update  of common products;  Nursing & Residential Care, July 2003; 5, (7)

 

POLIHEXAMETILENO BIGUANIDAS

    Descrição São compostos por uma mistura de biguanidas poliméricas, um grupo de antis- sépticos/desinfetantes pertencentes às  biguanidas no qual  se  inclui a clorohe- xidina.Apresenta-se sob a forma de:•  penso• gaze impregnada   Estão comercializadas  associações com vários constituintes, como por exemplo a espuma,  alargando  com esse  constituinte as suas  indicações  terapêuticas.
Mecanismo de Ação Interação com os fosfolípidos  da membrana  celular dos microorganismos  presentes na ferida, promovendo  a perda de integridade  da mesma e induzindo a inviabilidade celular. São bactericidas.
Indicação Terapêutica Principal Feridas infetadas.
        Alertas Aspetos práticos:• Algumas apresentações exigem penso  se- cundário.• Remoção cuidadosa de todos  os resíduos na mudança  do penso.   • Em  caso   de  feridas   cavitárias   utilizar  a gaze  impregnada  por ser  mais fácil a sua modelação  ao espaço.   • A utilização prolongada  deve ser cuidado- samente  avaliada. Contra-indicações:• Alergia     documentada     aos seus constituintes.• Não  deve  usado   durante   a gravidez      e      amamentação, em cartilagem hialina, em zonas relacionadas com o sistema nervoso central, ou- vido médio e regiões intra- oculares.
Critérios de Seleção Tipo e localização da ferida.

Referências Bibliográficas (1) Fichas técnicas  dos produtos, folhetos  informativos e outras  literaturas  dos produtos  disponíveis  no mercado. (2) C Dissemond J. et al.; A practice-oriented recommendation for treatment  of critically colonised  and locally infected wounds  using polihexanide.  J Wound Tchenology; 2010 (4) Martindale: the complete  drug reference. Pharmaceutical  Press, Britain, 35th ed., 2004 (5) Oulé M., et al.; Polyhexamethylene guanidine  hydrocloride-based disinfectant:  a novel tool to fight meticillin-resistant  Staphylococcus  aureus  and noso- comial infections. J Medical Microbiology; 2008 (6) Moore K., Gray D.; Using PHMB antimicrobial to prevent wound infection. Wounds , 2007 (7) Muller G., Framer A.; Biocompatibility index of antiseptic  agents  by parallel assessment of antimicrobial activity and cellular cytotoxicity. J Antimicrobial Chemotherapy;  2008

 

POLÍMEROS ACRÍLICOS

Descrição Não têm na sua  composição  álcool e apresentam-se sob  a forma de gel, spray, cotonetes impregnados e creme.
Mecanismo de Ação Após  a aplicação  formam  uma  camada  semi-permeável  que  permite  as  trocas gasosas entre a pele e o exterior evitando  o contato  com fluidos e bactérias.
Indicação Terapêutica Principal Proteção  cutânea  (em dermatites por incontinência,  na irritação da pele e na pele peri-estomal,  perilesional  ou peri-intubação).
  Alertas Aspetos práticos:• Só devem ser usados  em pele íntegra.• Podem  ser  usados  na proteção  da  perile- sional de colagem de adesivos.   • Algumas  formulações   são   resistentes  à água e sabão.   • Não é necessário  retirar esta  película entre aplicações. Contra-indicações:• Alergia     documentada     aos seus constituintes.• Zonas  infetadas   com  mico- ses.
Critérios de Seleção Devem ser selecionados de acordo com a localização e zona a proteger.  Por exem- plo a apresentação em cotonetes é preferencial nas traqueostomias.

Referências Bibliográficas (1) Fichas técnicas  e folhetos  informativos. (2) Elias, C et al.; Material de Penso  com Acção Terapêutica: penso-acto de pensar  uma ferida; Grupo de Investigação em Feridas; Lousã; 2009

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PRATA

Descrição Apresentam-se sob a forma de penso  ou pomada,  com diferentes  tipos  de con- centrações  de prata  na forma iónica, nano  cristalina ou de sulfadiazina.Estão comercializadas  associações com vários constituintes, como por exemplo o alginato,  carboximetilcelulose,  carvão ativado  e espumas, alargando  assim as suas  indicações  terapêuticas.
Mecanismo de Ação Os iões de prata têm ação antimicrobiana por precipitação das proteínas da parede celular e membrana  plasmática e ainda por inibição da replicação do DNA dos microorganismos presentes na ferida.Ação bactericida.
Indicação Terapêutica Principal Feridas infetadas.Feridas com elevado  risco de infeção (queimaduras e zonas dadoras  de enxerto).
          Alertas Aspetos práticos:• Algumas apresentações exigem penso  se- cundário  adequado ao nível de exsudado.• Alguns  podem   ser  cortados   e/ou  dobra- dos.   • A utilização prolongada  deve ser cuidado- samente  avaliada.   • Pode  ocorrer argiria (coloração  do leito da ferida  de  cinzento)  devido  à  precipitação da prata.  Nestes  casos,  aconselha-se a al- teração  do tipo de penso.   • Não utilizar com agentes  oxidantes  como soluções  de  hipoclorito  e peróxido  de  hi- Contra-indicações:• Alergia     documentada     aos seus constituintes.• Em grávidas  ou  mulheres  a amamentar
Critérios de Seleção No momento  da escolha é importante  avaliar: a quantidade de exsudado  e o tipo de prata que compõe o penso.

Referências Bibliográficas (1) Fichas técnicas  dos produtos  e, folhetos  informativos

 

Glossário

Absorvente – substância ou conjunto  de substâncias que  têm a capacidade de reter  exsudado.  Ocorre um processo  de impregnação  da estrutura  pelo exsudado.     Adsorvente – substância ou conjunto  de substâncias que têm a capacidade de reter moléculas  específi- cas por fixação das mesmas  a uma superfície.     Angiogénese – capacidade de produção  de vasos  vascularização  durante  o processo  de cicatrização.     Antisséptico – substância antimicrobiana  usada  para  diminuir e/ou eliminar a carga microbiana  da pele. Um exemplo é a desinfeção  pré cirúrgica da pele com iodopovidona.     Área ativa do penso – área do penso  que apresenta ação terapêutica.     Cicatrização – ver em Processo  de Cicatrização.     Desbridamento – remoção de tecido desvitalizado  e/ou necrosado.  O desbridamento pode  ser efectuado  por método  autolítico, enzimático, químico e cirúrgico.     Desbridamento autolítico – processo  fisiológico natural,  do organismo,  de remoção  dos  tecidos  desvita- lizados  e/ou necrosados. Nas feridas crónicas,  este  processo  só é possível  quando  existe humidade  no leito da ferida que permita a migração de enzimas proteolíticas  endógenas.     Desbridamento cirúrgico – remoção  de tecidos  desvitalizados e/ou necrosados através  de técnica cirúr- gica com anestesia local ou geral.     Desbridamento enzimático – processo  de remoção  dos  tecidos  desvitalizados e/ou  necrosados por ce- dência ao organismo  de enzimas proteolíticas  exógenas.     Desinfetante – substância antimicrobiana  usada  para  diminuir e/ou  eliminar a carga microbiana  de  su- perfícies.     Edema – acumulação  de fluidos no espaço  intersticial. É frequentemente observado nos membros  infe- riores de pessoas com insuficiência venosa.     Epitelização – fase  do  processo  de  cicatrização  que  se  carateriza  por  migração  de  células  epiteliais  e contração  dos bordos  da ferida. O leito da ferida tem, nesta  fase, cor rosa claro.   Enzimas proteolíticas – enzimas  que  destroem  ligações  proteicas.  No caso  de  utilização  das  enzimas proteolíticas  no desbridamento, as mesmas  degradam  as ligações proteicas  da matriz extracelular (cola- génio) entre as células dos tecidos  desvitalizados.     Exsudado – líquido seroso produzido pela ferida durante  o processo  de cicatrização que é rico em fatores de crescimento,  enzimas,  nutrientes e células do sistema  imunitário.

 

Ferida  aguda – ferida que  ocorre  num contexto  esporádico e/ou  imprevisível e que  se  estima  ter  um processo  completo  de cicatrização num período  inferior a 6 semanas.     Ferida crónica – ferida que não demonstra sinais de cicatrização por mais de 6 semanas. As causas  po- dem ser multifatoriais,  extrínsecas  e/ou intrínsecas  ao indivíduo.     Ferida maligna – infiltração da pele por um tumor. A ocupação  dos tecidos  leva ao aparecimento de uma lesão  com características  específicas,  tais  como odor  intenso  e muito exsudado.  São estruturas pouco vascularizadas  que têm muitas vezes tecido desvitalizado.     Fístula – cavidade  que  liga dois órgãos  internos  ou um interno  e outro  externo.  Pode  existir passagem de fluidos orgânicos  e a sua cicatrização é muito difícil.     Granulação – fase do processo  de cicatrização que se carateriza por formação da matriz extracelular, mi- gração de fibroblastos e aparecimento de pequenos nós vasculares  devido ao processo  de angiogénese. O leito da ferida tem, nesta  fase, a cor avermelhada.     Hemostase – controlo da hemorragia  e redução  do fluxo sanguíneo.     Inflamação – fase do processo  de cicatrização que se carateriza por rubor, edema, aumento  do calor local, aumento  da produção  de exsudado e sensação de dor local.     Maceração – alteração  das características  da pele por contato  prolongado  com fluidos orgânicos. A pele húmida  perde  a sua  estrutura  impermeável  e fica mais vulnerável  a desenvolver  escoriações  e feridas por aumento  de pressão.     Matriz extracelular – tecido  conetivo  que  suporta  as  células  e estruturas da  derme.  É constituído  por água, proteínas, colagénio,  elastina  e fibronectina,  entre outros.     Pele perilesional – pele  que  se situa  na região  que  rodeia  o leito da ferida. Se os cuidados  locais não forem os correctos  esta  região pode  rapidamente vir a desenvolver  ferida.     Penso oclusivo – penso  que cobre a totalidade da ferida e é impermeável.  Não permite  a passagem de bactérias  do exterior para o leito da ferida, as trocas gasosas e mantém  a temperatura.     Penso semioclusivo – penso  que cobre a totalidade da ferida e é semipermeável.  Não permite  a passa- gem de bactérias  nem exsudado do exterior para o leito da ferida, mantém a temperatura e é permeável ao ar e vapor de água.     Penso primário – penso  que está  em contato  com o leito da ferida.     Penso secundário – penso  que,  geralmente,  fixa outros  pensos  que  estão  em contato  com o leito da ferida. Além da função de fixador tem com frequência  outras  funções, como por exemplo capacidade de absorção  de exsudado.

 

Processo de cicatrização – processo  natural de encerramento de uma solução de continuidade, que con- templa  várias fases:  hemostase, inflamação, granulação,  epitelização  e remodelação.     Remodulação  – fase  do  processo  de  cicatrização  que  se  carateriza  pela  formação  e reorganização  da matriz extracelular.     Tecido friável – tecido sensível que sangra  com facilidade sob um estímulo  externo.     Tecido  necrosado – tecido  morto  por  ter  ocorrido  um trauma  ou  oclusão  na  corrente  sanguínea  com diminuição do aporte  de oxigénio e nutrientes.        Fonte :  http://www.ordemfarmaceuticos.pt/

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