Material de Penso com Ação Terapêutica
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Indicação Principal (cont.) | Tipo de penso (cont.) | Mecanismo Ação (cont.) |
Promotores da Cicatrização | • Acido Hialurónico• Colagénio | Estimulação do processo de cica- trização por cedência de subs- tâncias endógenas envolvidas na formação e maturação da matriz extracelular. |
Protetores Cutâneos | • Polímeros Acrílicos• Películas | Proteção da pele contra agressões externas. |
Material de Penso com Ação Terapêutica
ÁCIDOS GORDOS ESTERIFICADOS | ||
Descrição | São constituídos por ésteres de ácidos gordos. Podem apresentar-se de duas formas:• Tecido de acetato impregnado com ésteres de ácidos gordos, compressa re- donda ou plana, que pode ter numa das faces uma película adicional de celulose.• Gaze de algodão impregnada com ésteres de ácidos gordos em rolo. | |
Mecanismo de Ação | Adsorvem os microrganismos à medida que o exsudado da ferida vai passando pelo penso e os vai arrastando, sendo a hidrofobicidade obtida pela ligação dos ácidos do penso com a membrana celular dos microorganismos.Estes pensos têm ação bacteriostática sem recorrer a agentes químicos, sendo os ácidos gordos responsáveis pelos fenómenos de adsorção de microorganis- mos que se baseiam no princípio físico da interação hidrofóbica.Apresentam também capacidade de absorção do exsudado. | |
Indicação Terapêutica Principal | Feridas infetadas ou com suspeita de infeção. | |
Alertas | Aspetos práticos:• Pode ser cortado e adaptado às regiões anatómicas, com excepção do penso com celulose.• No caso da apresentação de tecido de acetato impregnado com ácidos gordos e camada adicional de celulose, a parte ab- sorvente do penso deve ser aplicada no lei- to da ferida. No mesmo, nunca devem ser aplicados outros produtos com substâncias gordas ou oleosas na sua constituição, pois afetam a eficácia do penso. • Em doentes a fazer radioterapia não é ne- cessário remover o penso. | Contra-indicações:• Alergia documentada aos seus constituintes |
Critérios de Seleção | Preferencial na impossibilidade de utilizar penso com mel ou alergia a pensos com antissépticos. Escolha possível em doentes a fazer radioterapia. |
Referências Bibliográficas (1) Ficha técnica e folheto informativo. 14 (2) Hampton, S.; An Evaluation of the Efficacy of Cutimed® Sorbact® in Different types of non-healing wounds. Wounds, 2007
ÁCIDO HIALURÓNICO | ||
Descrição | É um polissacarideo endógeno pertencente ao grupo dos glucosaminoglicanos. Os pensos são constituídos por:• Ésteres de ácido hialurónico;• Ácido hialurónico adsorvido numa gaze gorda;• Ácido hialurónico e alginato de sódio. Também existe a apresentação em creme. | |
Mecanismo de Ação | Devido às suas características higroscópicas desempenha três funções essenciais:• Expande o espaço extracelular, para formar a matriz conferindo-lhe estabili- dade e elasticidade;• Reestrutura a matriz que irá permitir um aumento da migração celular, nome- adamente dos fibroblastos;• Modula a resposta inflamatória. Facilita a reorganização e contração do colagénio durante a reparação, aumen- tando a velocidade de cicatrização. | |
Indicação Terapêutica Principal | Feridas com fase inflamatória prolongada como promotor de cicatrização. | |
Alertas | Aspetos práticos:• Exige penso secundário adequado ao nível de exsudado.• Os pensos com alginato na sua composi- ção têm um papel importante na absorção do exsudado. | Contra-indicações:• Alergia documentada aos seus constituintes.• Não utilizar em simultâneo desinfetantes contendo sais de amónio quaternário, de- vido ao risco de precipita- ção do ácido hialurónico. |
Critérios de Seleção | Feridas de difícil cicatrização e com facilidade de formação de colóides. |
Referências Bibliográficas (1) Ficha técnica e folheto informativo. (2) Brown, J.; The role of hyaluronic acid in wound healing’s proliferative phase. J Wound Care, 2004 (3) Nazarko, L.; Advanced wound care products for accelerating healing. Nursing & Residential Care, 2006
ALGINATOS | ||
Descrição | São extratos de algas marinhas compostos por polímeros dos ácidos gulurónico e manurónico. O ácido manurónico (M) forma um gel mais frágil e é mais fle- xível, o ácido gulurónico (G), ao contrário, é mais fibroso e forma um gel mais consistente. Assim, a sua classificação é feita de acordo com o polímero predo- minante (tipo M ou G). Também diferem entre si pela relação entre cálcio/sódio predominante no alginato.Existe a apresentação em penso e tira.Estão comercializadas associações de alginatos com vários constituintes, como por exemplo a prata, hidrocolóides e outros, alargando assim as suas indicações terapêuticas. | |
Mecanismo de Ação | As fibras de alginato absorvem por capilaridade cerca de 10 a 20 vezes o seu peso em exsudado. Isto é devido à troca iónica entre o exsudado e os polímeros dos ácidos algínicos dominantes no alginato.Os alginatos de cálcio apresentam ação hemostática uma vez que os iões Ca2+induzem a formação de protrombina. | |
Indicação Terapêutica Principal | Feridas muito exsudativas. Feridas sangrantes. | |
Alertas | Aspetos práticos:• Exige penso secundário adequado ao nível de exsudado.• Podem ser cortados. • Nunca ultrapassar os bordos íntegros da ferida, para evitar a maceração da pele cir- cundante. • Para facilitar a remoção humedecer com cloreto de sódio a 0,9%. • Quando utilizados como hemostáticos de- vem ser aplicados durante algum tempo no leito da ferida, findo o qual devem ser substituídos por outro alginato. | Contra-indicações:• Alergia documentada aos seus constituintes.• Feridas cavitárias estreitas, devido à possibilidade de deixarem resíduo |
Critérios de Seleção | Para uma correta seleção basear a escolha na integridade das fibras de alginato. |
Referências Bibliográficas (1) Ficha técnica e folheto informativo. (2) Rocha, MJ et al.; Feridas uma arte secular- Avanços tecnológicos no tratamento de feridas; 2ª ed., 2006 (3) Agreda, JJ, Bou JH.; Atención integral de las heridas crónicas. 1ª ed., 2004 (4) Fernandez, FP t al.; Guia para el cuidado del paciente com úlceras por presión o com riesgo de desarrollarlas; 1ª ed., 2001 (5) Hess, CT.; Clinical guide wound care. 4th ed., 2001
CARBOXIMETILCELULOSE SÓDICA | ||
Descrição | O constituinte principal é a carboximetilcelulose sódica com um baixo grau de metilação, que é pouco solúvel em meio aquoso e tem uma elevada capacidade de retenção de exsudado. São também designadas por hidrofibras.Existe a apresentação em penso e tira.Estão comercializadas associações de carboximetilcelulose com vários consti- tuintes, como por exemplo com a prata, alargando assim as suas indicações terapêuticas. | |
Mecanismo de Ação | Em contato com exsudado da ferida a carboximetilcelulose sofre um processo de hidratação, transformando-se lentamente em gel. A absorção ocorre verticalmente sem expansão lateral prevenindo a maceração dos tecidos adjacentes, podendo atingir cerca de 30 vezes o seu peso.Os pensos com prata libertam-na progressivamente para o leito da ferida, de acor- do com a velocidade de absorção de exsudado. | |
Indicação Terapêutica Principal | Feridas muito exsudativas. | |
Alertas | Aspetos práticos:• Exige penso secundário adequado ao nível de exsudado.• Nas feridas cavitárias não preencher a ca- vidade na totalidade (para permitir o au- mento de volume do penso). • Podem ser cortados, mesmo os que têm na sua composição prata | Contra-indicações:• Alergia documentada aos seus constituintes. |
Critérios de Seleção | Avaliação da quantidade de exsudado e tipo de ferida. Boa opção para feridascavitárias por não deixar resíduo a quando da sua remoção. |
Referências Bibliográficas (1) Ficha técnica e folheto informativo. (2) Stringfellow, S.et al.; Modern wound management: an update of common produets. Nursing & Residential Care, 2003 (3) Gray, D. et al.;. Applied Wound Management in Wound Healing: a systematic approach to advanccd healing and management. Wounds, UK Limited, Aberdeen; UK., 1st ed., 2005 (4) Weller, C. and Sussman, G.; Wound Dressings Update. Journal of Pharmacy Practice and Research, 2006 (5) Foster, L. and Moore, P.; The application of a cellulose based fibre dressing in surgical wounds../ Wound Care, 1997 (6) Robinson, BJ.; The use of a hydrofibre dressing in wound management. J Wound Care, 2000 (7) Armstrong, SH. and Ruckley, CV.; Use of a fibrous dressing in exuding leg ulcers. J Wound Care, 1997 (8) Moore, PJ. and Foster, L.; Cost benefits of two dressings in the management of surgical wounds. Br J Nurs, 2000
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CARvÃO | ||
Descrição | São constituídos por uma membrana (viscose e rayon não aderente) que en- volve uma camada central de compressa de tecido não tecido impregnada com carvão e uma camada externa constituída por viscose-poliamida que lhe serve de suporte.Estão comercializadas associações de carvão com vários constituintes, como por exemplo a carboximetilcelulose, alginato e prata, alargando assim as suas indicações terapêuticas. | |
Mecanismo de Ação | Neutraliza os odores pela adsorção de ácidos gordos voláteis e aminas resultantes da atividade metabólica dos microrganismos, quelando-os no seu interior. | |
Indicação Terapêutica Principal | Feridas com odor intenso. | |
Alertas | Aspetos práticos:• Exige penso secundário adequado ao nível de exsudado.• Deve ser preferencialmente usado sobre outros pensos de preenchimento. • Com o objectivo de proporcionar ao doen- te um melhor bem-estar e integração na sociedade tem interesse em tratamentos paliativos. • Não podem ser cortados, porque o carvão precipita no leito da ferida alterando a ca- pacidade de avaliação da mesma. • Não devem ser aplicados directamente no leito da ferida pois são facilmente inativa- dos pelo exsudado. | Contra-indicações:• Alergia documentada aos seus constituintes. |
Critérios de Seleção | Boa opção no controlo do odor. |
Referências Bibliográficas (1) Fichas técnicas dos produtos e folheto informativo. (2) Elias, C et al.; Material de Penso com Acção Terapêutica: penso-acto de pensar uma ferida; Grupo de Investigação em Feridas; Lousã; 2009 (3) Rocha, MJ et al.; Feridas uma arte secular- Avanços tecnológicos no tratamento de feridas; 2ª ed., 2006
COLAGENASE | ||
Descrição | É constituída por uma enzima proteolítica, a colagenase. Apresenta-se no mercado em bisnagas de 30g. | |
Mecanismo de Ação | Agente desbridante enzimático do colagénio existente no tecido necrosado do leito da ferida.Não sendo específico para este tecido a enzima colagenase provoca um aumento do estado inflamatório da ferida e do nível de exsudado. | |
Indicação Terapêutica Principal | Desbridamento de feridas com tecidos necrosados e viscosos, ricos em fibrina. | |
Alertas | Aspetos práticos:• Exige penso secundário.• Aplicar directamente sobre o tecido necro- sado. • Poderá aumentar a produção de exsudado. É aconselhável proteger os bordos da feri- da para evitar a maceração. • Aplicar diariamente. | Contra-indicações:• Alergia documentada aos seus constituintes.• Não deve associar-se a ou- tros • Evitar a associação com an- tissépticos, desinfetantes outros produtos enzimáticos ou que contenham iões me- tálicos. |
Critérios de Seleção | Escolha baseada na capacidade de desbridamento rápido devido à atividade enzi- mática. |
Referências Bibliográficas (1) Fichas técnicas dos produtos e folheto informativo. (2) Patel, PP et al.; The role of enzymatic debridement to promote wound healing. J Wound Technology, 2009, July ( 5) (3) Rocha, MJ et al.; Feridas uma arte secular- Avanços tecnológicos no tratamento de feridas; 2ª ed., 2006 (4) Hess, CT.; Clinical guide wound care, 4th ed., 2001
COLAGéNIO | ||
Descrição | É uma proteína estrutural dos tecidos e o principal constituinte do tecido con- juntivo dos mamíferos.Os pensos apresentam-se sobre a forma de:• Pó com colagénio micronizado, mucopolissacáridos e fatores de crescimento. • Esponja de colagénio de origem bovina, não modificado, associada a antibi- ótico exemplo a gentamicina. • Penso com colagénio e celulose oxidada regenerada, com e sem prata. | |
Mecanismo de Ação | O colagénio exógeno vai atuar como substrato das metaloproteinases inativando o seu excesso na ferida. Os produtos da degradação do colagénio criam um am- biente favorável à migração de células ao longo do tecido de granulação.Apresenta ainda a capacidade de absorver radicais livres e de funcionar como he- mostático em feridas hemorrágicas (ação potenciada com a associação a celulose oxidada regenerada). | |
Indicação Terapêutica Principal | Feridas com fase inflamatória prolongada como promotor de cicatrização.Feridas de cirúrgicas ortopédica e cardiotoráccica (esponja associada a antibiótico). | |
Alertas | Aspetos práticos:• Exige penso secundário.• Aplicar só em feridas limpas, sem tecido necrosado ou fibrinoso e sem infeção (ex- ceptua-se o material que contém prata ou antibiótico na sua constituição). • Evitar a associação com antissépticos e desinfetantes. | Contra-indicações:• Alergia documentada aos seus constituintes. |
Critérios de Seleção | Tipo de ferida e sua localização. |
Referências Bibliográficas (1) Fichas técnicas dos produtos e folhetos informativos. (2) Martindale – Pharmaceutical Press, 33th ed., 2002 (3) Elias, C et al.; Material de Penso com Acção Terapêutica: penso-acto de pensar uma ferida; Grupo de Investigação em Feridas; Lousã; 2009 (4) Rocha, MJ et al.; Feridas uma arte secular – Avanços tecnológicos no tratamento de feridas; 2ª ed., 2006
ESPUMAS | ||
Descrição | São constituídas por poliuretano ao qual se associa uma estrutura hidrofílica. Apresentam-se sobre a forma adesiva ou não adesiva com várias configuraçõesanatómicas.Estão comercializadas associações com vários constituintes, como por exemplo a prata, alargando assim as suas indicações terapêuticas. | |
Mecanismo de Ação | Apresentam elevada capacidade de retenção de exsudado pela natureza hidrofílica da sua estrutura e capacidade de absorção por capilaridade. | |
Indicação Terapêutica Principal | Feridas exsudativas como penso primário ou secundário. Alívio de pressão.Em combinação com terapia de compressão. | |
Alertas | Aspetos práticos:• Selecionar a espuma de modo a que so- breponha em alguns centímetros a pele perilesional.• Cortar os pensos planos não adesivos, se necessário, para adaptar à zona anatómi- ca. • Usar pensos adesivos somente em pele perilesional integra. • Nas feridas cavitárias não preencher a ca- vidade na totalidade (para permitir o au- mento de volume do penso). • Não usar pensos adesivos em combinação com a terapia de compressão. | Contra-indicações:• Alergia documentada aos seus constituintes. |
Critérios de Seleção | Tipo de ferida.Considerar o tamanho da área ativa das apresentações adesivas.Avaliar a espessura do penso, capacidade de absorção de exsudado e tipo de ade- rência ao leito da ferida. |
Referências Bibliográficas (1) Fichas técnicas dos produtos e folhetos informativos. (2) Rocha, MJ et al.; Feridas uma arte secular- Avanços tecnológicos no tratamento de feridas, 2ª ed.,2006 (3) Agreda, JJ, Bou JH.; Atención integral de las heridas crónicas, 1ª ed.,2004 (4) Fernandez, FP et al.; Guia para el cuidado del paciente com úlceras por presión o com riesgo de desarrollarlas, 1ª ed., 2001 (5) Hess, CT.; Clinical guide wound care, 4ª,ed., 2001 21
GAZES IMPREGNADAS | ||
Descrição | São constituídas por fibras impregnadas de substâncias gordas (parafina, vase- lina, petrolato, triglicéridos) ou silicone.Estão comercializadas associações com vários constituintes alargando assim as suas indicações terapêuticas. | |
Mecanismo de Ação | Pensos permeáveis ao exsudado e bactérias. As suas propriedades hidrofóbicas diminuem a aderência ao leito da ferida, facilitando a remoção do material de penso, não alterando o processo de cicatrização | |
Indicação Terapêutica Principal | Proteção do leito da ferida.Proteção de zonas dadoras de enxerto. | |
Alertas | Aspetos práticos:• Exige penso secundário.• As gazes impregnadas por substâncias gordas secam com mais facilidade no lei- to da ferida. Para facilitar a sua remoção humedecer a gaze com cloreto de sódio a 0,9%. | Contra-indicações:• Alergia documentada aos seus constituintes. |
Critérios de Seleção | Ter em consideração o tipo de substância impregnada na gaze. |
Referências Bibliográficas (1) Fichas técnicas dos produtos e folhetos informativos. (2) Rocha, MJ et al.; Feridas uma arte secular- Avanços tecnológicos no tratamento de feridas, 2ª ed.,2006 (3) Platt AJ, Phipps A, Judkins K.; A comparative study of silicone net dressing and paraffin gauze dressing in skin-grafted sites. Burns 1996 (4) Cowan, T.; Wound care Handbook, 2010-2011. MA Healthcare Ltd, 2010
HIDROCOLÓIDES | ||
Descrição | São na generalidade constituídos por uma mistura de gelatina, pectina e carbo- ximetilcelulose.Apresentam-se sob a forma de penso ou pasta.Estão comercializadas associações com vários constituintes, como por exemplo poliuretanos, carboximetilcelulose e alginatos, alargando assim as suas indica- ções terapêuticas.As apresentações em penso são compostas por uma espuma externa ou filme de poliuretano e a apresentação em pasta possui um suporte base de poliéster e ou excipientes gordos. | |
Mecanismo de Ação | Em contato com o leito da ferida, a carboximetilcelulose confere ao penso, capacidade moderada de absorção de exsudado e forma com este um gel que mantém o leito da ferida húmido evitando a aderência.Os hidrocolóides com um elevado teor de alginato têm maior capacidade de retenção de exsudado. A camada externa de poliuretano confere ao penso a capacidade de efetuar trocas gasosas com o exterior, nomeadamente de vapor de água e oxigénio, mas não permite a passagem de fluidos e bactérias, quer do leito da ferida para o exterior, quer no sentido inverso. | |
Indicação Terapêutica Principal | Feridas pouco exsudativas com tecido de granulação ou epitelização, como penso primário.Fixação de outros pensos como penso secundário.Prevenção de úlceras de pressão (hidrocoloides extra finos). | |
Alertas | Aspetos práticos:• O gel formado aquando da utilização dos hidrocolóides tem uma coloração amare- lada e um cheiro desagradável caracterís- tico, que não deve ser confundido com sinais de infeção.• Em forma de pasta podem ser usados con- comitantemente com as formulações em penso para aumentar a sua adesividade. • Não usar em feridas muito exsudativas nem em feridas infetadas. | Contra-indicações:• Alergia documentada aos seus constituintes. |
Critérios de Seleção | Considerar na escolha o tipo de ferida e análise da fase de cicatrização da mesma. Grau de adesividade ao leito da ferida.Integridade da pele. |
Referências Bibliográficas (1) Fichas técnicas dos produtos e folhetos informativos. (2) Elias, C et al.; Material de Penso com Acção Terapêutica: penso-acto de pensar uma ferida; Grupo de Investigação em Feridas; Lousã;2009 (3) Rocha, MJ et al.; Feridas uma arte secular – Avanços tecnológicos no tratamento de feridas; 2ª ed., 2006 (4) Blanes, L.; “Tratamento de feridas”; São Paulo; 2004; acedido em 27/08/2010 em http//www.bapbaptista.com.
HIDROGELES | ||
Descrição | São constituídos por polímeros hidrofílicos com elevada percentagem de água ou cloreto de sódio.Apresentam-se sob a forma de gel e penso.Estão comercializadas associações com vários constituintes, como por exemplo alginatos, alargando assim as suas indicações terapêuticas. | |
Mecanismo de Ação | O gel hidrata os tecidos necrosados favorecendo o desbridamento natural por autólise.A formulação em penso mantém o ambiente húmido favorecendo a granulação e a epitelização e atenua a dor local. | |
Indicação Terapêutica Principal | Feridas com tecido necrosado, seco e/ou depósitos de fibrina – formulação em gel. Feridas superficiais pouco exsudativas – formulação em penso. | |
Alertas | Aspetos práticos:• O gel exige penso secundário pouco ab- sorvente.• Nas feridas com necrose seca devem efe- tuar-se alguns cortes em linhas cruzadas para facilitar a penetração do gel. • Não aplicar em feridas muito exsudativas. • Não associar a antissépticos. | Contra-indicações:• Alergia documentada aos seus constituintes. |
Critérios de Seleção | Forma de apresentação. Grau de viscosidade.Quantidade por embalagem unitária. |
Referências Bibliográficas (1) Martindale – Pharmaceutical Press, 33th ed., 2002 (2) Elias, C et al.; Material de Penso com Acção Terapêutica: penso-acto de pensar uma ferida; Grupo de Investigação em Feridas; Lousã; 2009 (3) Fichas Técnicas dos produtos, folhetos informativos e outras literaturas dos produtos disponíveis no mercado. (4) Rocha, MJ et al.; Feridas uma arte secular – Avanços tecnológicos no tratamento de feridas; 2ª ed., 2006
IODO | ||
Descrição | Apresenta-se sob a forma de:• compressa de amido (cadexómero) impregnada com iodo• pó de cadéxomero de iodo• gaze impregnada com iodopovidona | |
Mecanismo de Ação | O iodo ioniza-se no leito da ferida, penetra e oxida a parede celular microbiana exercendo assim o seu efeito anti-microbiano. Ação bactericida. | |
Indicação Terapêutica Principal | Feridas infetadas. | |
Alertas | Aspetos práticos:• Exige penso secundário.• Pode ser cortado. • A utilização prolongada deve ser cuidado- samente avaliada. • A gaze impregnada liberta rapidamente o iodo ficando descorada. • Não pode ser usado concomitantemente com radioterapia. | Contra-indicações:• Alergia documentada aos seus constituintes.• Situações especificas como doenças da tiróide, gravidez, aleitamento, alterações gra- ves da função renal, crianças ou bebés até 6 meses de idade e antes e após trata- mentos com iodo radioativo |
Critérios de Seleção | Tipo e forma da ferida. |
Referências Bibliográficas (1) Fichas técnicas do produto e folhetos informativos.
MALTODEXTRINA | ||
Descrição | A maltodextrina é um hidrato de carbono composto por maltose e dextrose que provém da decomposição do amido de milho.Apresenta-se sob a forma de gel ou pó, tendo este último na sua constituição ácido ascórbico a 1%. | |
Mecanismo de Ação | Fornece ao leito da ferida os nutrientes necessários para que o processo de cicatrização ocorra rapidamente. Tem capacidade de quimiotaxia.Na formulação em pó a diminuição do pH, proporcionada pelo ácido ascórbico, limita o crescimento de microorganismos. Pode atuar como neutralizante de odores. | |
Indicação Terapêutica Principal | Feridas com cicatrização prolongada. | |
Alertas | Aspetos práticos:• Exige penso secundário.• Deve utilizar-se o pó em feridas com maior quantidade de exsudado. • Aplicar o gel em feridas secas e zonas de difícil acesso. • A sua aplicação deve abranger todo o leito da ferida | Contra-indicações:• Alergia documentada aos seus constituintes.• Queimaduras de 3º grau. |
Critérios de Seleção | Tipo de ferida e avaliação da quantidade de exsudado. |
Referências Bibliográficas (1) Ficha técnica e folheto informativo. (2) The Merck Manual, Merck and CO., Inc; Rahway, United States.
MEL | ||
Descrição | Apresenta-se sob a forma de:• gel com diferentes percentagens de mel• penso com e sem rebordo• pasta. Existe em associação com outros constituintes. O mel comercializado é filtrado e tratado com radiações gama. | |
Mecanismo de Ação | Ação anti-microbiana devido à elevada osmolaridade e atividade enzimática (por ação da glucose oxidase que transforma a glucose em ácido glucónico e peróxido de hidrogénio). Esta ação é reforçada pelos seus componentes fitoquímicos. Neutralização de odores. | |
Indicação Terapêutica Principal | Feridas infetadas. | |
Alertas | Aspetos práticos:• A maioria das apresentações exige penso secundário.• Descontinuar o tratamento em caso de ar- dor local. | Contra-indicações:• Alergia documentada aos seus constituintes ou ao ve- neno das abelhas. |
Critérios de Seleção | Tipo e localização da ferida.Possível escolha para doentes a efetuar radioterapia. Preferencial quando contra indicada a prata ou o iodo. |
Referências Bibliográficas (1) Fichas técnicas e folheto informativo. (2) Elias, C et al.; Material de Penso com Acção Terapêutica: penso-acto de pensar uma ferida; Grupo de Investigação em Feridas; Lousã; 2009 (3) Gouveia, J.; O mel e a sua utilização no tratamento de feridas; acedido em 27/10/2010 em http//kundanweb.no.sapo.pt. (4) Blanes, L.; Tratamento de feridas; São Paulo; 2004; acedido em 27/08/2010 em http//www.bapbaptista.com.
PELÍCULAS | ||
Descrição | São constituídas por uma fina camada transparente de poliuretano simples ou silicone. | |
Mecanismo de Ação | Formação de um filme semi permeável que permite as trocas gasosas entre a pele e o exterior evitando o contato com fluidos e bactérias. | |
Indicação Terapêutica Principal | Proteção da pele como penso primário.Fixação de outros pensos não adesivos como penso secundário. Epitelizantes. | |
Alertas | Aspetos práticos:• Remoção por estiramento. | Contra-indicações:• Alergia documentada aos seus constituintes• Feridas exsudativas. • Pregas cutâneas. |
Critérios de Seleção | Tipo de feridaGrau de transparência.Grau de adesividade à pele. |
Referências Bibliográficas (1) Fichas técnicas dos produtos e folhetos informativos. (2) Elias, C et al.; Material de Penso com Acção Terapêutica: penso-acto de pensar uma ferida; Grupo de Investigação em Feridas; Lousã; 2009
POLIACRILATOS | ||
Descrição | São constituídos por uma camada exterior de fibras sintéticas hidrofóbicas e um núcleo de poliacrilato impregnado com solução de Ringer. | |
Mecanismo de Ação | A troca de fluidos promove uma limpeza e desbridamento contínuo do leito da ferida.Os poliacrilatos apresentam afinidade para as moléculas de proteínas com ele- vado peso molecular presentes nos detritos da ferida, tecido necrosado, toxinas e microrganismos, aprisionando-as no seu núcleo.A solução de Ringer fornece cloreto de sódio, potássio e cálcio à ferida, garantin- do a limpeza interativa e contínua da ferida nas 24 horas, sem danificar o tecido são recém-formado e contribuindo para a formação do tecido de granulação. | |
Indicação Terapêutica Principal | Desbridante em feridas com tecido necrosado seco e/ou depósitos de fibrina. | |
Alertas | Aspetos práticos:• Exige penso secundário adequado ao nível de exsudado.• Aplicar colocando o lado branco em con- tato com o leito da ferida e o lado com riscas verdes virado para cima. Na apre- sentação para feridas cavitárias não existe diferenciação de lados. • Não pode ser cortado. • Nunca ultrapassar os bordos íntegros da ferida, para evitar a maceração da pele cir- cundante. | Contra-indicações:• Alergia documentada aos seus constituintes. |
Critérios de Seleção | Tipo de ferida. |
Referências Bibliográficas (1) Fichas técnicas dos produtos e folhetos informativos. (2) Martindale – Pharmaceutical Press, 33th ed., 2002 (3) Elias, C et al.; Material de Penso com Acção Terapêutica: penso-acto de pensar uma ferida; Grupo de Investigação em Feridas; Lousã; 2009 (4) Nazarko, L.; Advanced wound care products for accelerating healing. Nursing & Residential Care, 2006 (5) Modern wound managementent:an update of common products; Nursing & Residential Care, July 2003; 5, (7)
POLIHEXAMETILENO BIGUANIDAS | ||
Descrição | São compostos por uma mistura de biguanidas poliméricas, um grupo de antis- sépticos/desinfetantes pertencentes às biguanidas no qual se inclui a clorohe- xidina.Apresenta-se sob a forma de:• penso• gaze impregnada Estão comercializadas associações com vários constituintes, como por exemplo a espuma, alargando com esse constituinte as suas indicações terapêuticas. | |
Mecanismo de Ação | Interação com os fosfolípidos da membrana celular dos microorganismos presentes na ferida, promovendo a perda de integridade da mesma e induzindo a inviabilidade celular. São bactericidas. | |
Indicação Terapêutica Principal | Feridas infetadas. | |
Alertas | Aspetos práticos:• Algumas apresentações exigem penso se- cundário.• Remoção cuidadosa de todos os resíduos na mudança do penso. • Em caso de feridas cavitárias utilizar a gaze impregnada por ser mais fácil a sua modelação ao espaço. • A utilização prolongada deve ser cuidado- samente avaliada. | Contra-indicações:• Alergia documentada aos seus constituintes.• Não deve usado durante a gravidez e amamentação, em cartilagem hialina, em zonas relacionadas com o sistema nervoso central, ou- vido médio e regiões intra- oculares. |
Critérios de Seleção | Tipo e localização da ferida. |
Referências Bibliográficas (1) Fichas técnicas dos produtos, folhetos informativos e outras literaturas dos produtos disponíveis no mercado. (2) C Dissemond J. et al.; A practice-oriented recommendation for treatment of critically colonised and locally infected wounds using polihexanide. J Wound Tchenology; 2010 (4) Martindale: the complete drug reference. Pharmaceutical Press, Britain, 35th ed., 2004 (5) Oulé M., et al.; Polyhexamethylene guanidine hydrocloride-based disinfectant: a novel tool to fight meticillin-resistant Staphylococcus aureus and noso- comial infections. J Medical Microbiology; 2008 (6) Moore K., Gray D.; Using PHMB antimicrobial to prevent wound infection. Wounds , 2007 (7) Muller G., Framer A.; Biocompatibility index of antiseptic agents by parallel assessment of antimicrobial activity and cellular cytotoxicity. J Antimicrobial Chemotherapy; 2008
POLÍMEROS ACRÍLICOS | ||
Descrição | Não têm na sua composição álcool e apresentam-se sob a forma de gel, spray, cotonetes impregnados e creme. | |
Mecanismo de Ação | Após a aplicação formam uma camada semi-permeável que permite as trocas gasosas entre a pele e o exterior evitando o contato com fluidos e bactérias. | |
Indicação Terapêutica Principal | Proteção cutânea (em dermatites por incontinência, na irritação da pele e na pele peri-estomal, perilesional ou peri-intubação). | |
Alertas | Aspetos práticos:• Só devem ser usados em pele íntegra.• Podem ser usados na proteção da perile- sional de colagem de adesivos. • Algumas formulações são resistentes à água e sabão. • Não é necessário retirar esta película entre aplicações. | Contra-indicações:• Alergia documentada aos seus constituintes.• Zonas infetadas com mico- ses. |
Critérios de Seleção | Devem ser selecionados de acordo com a localização e zona a proteger. Por exem- plo a apresentação em cotonetes é preferencial nas traqueostomias. |
Referências Bibliográficas (1) Fichas técnicas e folhetos informativos. (2) Elias, C et al.; Material de Penso com Acção Terapêutica: penso-acto de pensar uma ferida; Grupo de Investigação em Feridas; Lousã; 2009
PRATA | ||
Descrição | Apresentam-se sob a forma de penso ou pomada, com diferentes tipos de con- centrações de prata na forma iónica, nano cristalina ou de sulfadiazina.Estão comercializadas associações com vários constituintes, como por exemplo o alginato, carboximetilcelulose, carvão ativado e espumas, alargando assim as suas indicações terapêuticas. | |
Mecanismo de Ação | Os iões de prata têm ação antimicrobiana por precipitação das proteínas da parede celular e membrana plasmática e ainda por inibição da replicação do DNA dos microorganismos presentes na ferida.Ação bactericida. | |
Indicação Terapêutica Principal | Feridas infetadas.Feridas com elevado risco de infeção (queimaduras e zonas dadoras de enxerto). | |
Alertas | Aspetos práticos:• Algumas apresentações exigem penso se- cundário adequado ao nível de exsudado.• Alguns podem ser cortados e/ou dobra- dos. • A utilização prolongada deve ser cuidado- samente avaliada. • Pode ocorrer argiria (coloração do leito da ferida de cinzento) devido à precipitação da prata. Nestes casos, aconselha-se a al- teração do tipo de penso. • Não utilizar com agentes oxidantes como soluções de hipoclorito e peróxido de hi- | Contra-indicações:• Alergia documentada aos seus constituintes.• Em grávidas ou mulheres a amamentar |
Critérios de Seleção | No momento da escolha é importante avaliar: a quantidade de exsudado e o tipo de prata que compõe o penso. |
Referências Bibliográficas (1) Fichas técnicas dos produtos e, folhetos informativos
Glossário
Absorvente – substância ou conjunto de substâncias que têm a capacidade de reter exsudado. Ocorre um processo de impregnação da estrutura pelo exsudado. Adsorvente – substância ou conjunto de substâncias que têm a capacidade de reter moléculas específi- cas por fixação das mesmas a uma superfície. Angiogénese – capacidade de produção de vasos vascularização durante o processo de cicatrização. Antisséptico – substância antimicrobiana usada para diminuir e/ou eliminar a carga microbiana da pele. Um exemplo é a desinfeção pré cirúrgica da pele com iodopovidona. Área ativa do penso – área do penso que apresenta ação terapêutica. Cicatrização – ver em Processo de Cicatrização. Desbridamento – remoção de tecido desvitalizado e/ou necrosado. O desbridamento pode ser efectuado por método autolítico, enzimático, químico e cirúrgico. Desbridamento autolítico – processo fisiológico natural, do organismo, de remoção dos tecidos desvita- lizados e/ou necrosados. Nas feridas crónicas, este processo só é possível quando existe humidade no leito da ferida que permita a migração de enzimas proteolíticas endógenas. Desbridamento cirúrgico – remoção de tecidos desvitalizados e/ou necrosados através de técnica cirúr- gica com anestesia local ou geral. Desbridamento enzimático – processo de remoção dos tecidos desvitalizados e/ou necrosados por ce- dência ao organismo de enzimas proteolíticas exógenas. Desinfetante – substância antimicrobiana usada para diminuir e/ou eliminar a carga microbiana de su- perfícies. Edema – acumulação de fluidos no espaço intersticial. É frequentemente observado nos membros infe- riores de pessoas com insuficiência venosa. Epitelização – fase do processo de cicatrização que se carateriza por migração de células epiteliais e contração dos bordos da ferida. O leito da ferida tem, nesta fase, cor rosa claro. Enzimas proteolíticas – enzimas que destroem ligações proteicas. No caso de utilização das enzimas proteolíticas no desbridamento, as mesmas degradam as ligações proteicas da matriz extracelular (cola- génio) entre as células dos tecidos desvitalizados. Exsudado – líquido seroso produzido pela ferida durante o processo de cicatrização que é rico em fatores de crescimento, enzimas, nutrientes e células do sistema imunitário.
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