Nova droga substitui antibióticos e destrói as bactérias resistentes
Droga usa nova estratégia para matar bactérias. Primeiros ensaios clínicos mostram que consegue debelar infeções pela Staphylococcus aureus resistente.
Uma nova droga apresentada como a primeira alternativa em muitos anos para combater as bactérias que se tornaram resistentes aos antibióticos, como a temível Staphylococcus aureus, foi anunciada em Londres, na quarta-feira.Esta poderá ser a resposta há muito procurada para debelar o crescente problema das bactérias resistentes aos antibióticos que, segundo a OMS, é uma grave ameaça à saúde humana para o século XXI. Portugal é o segundo país europeu, depois da Roménia, com maior prevalência desta bactéria resistente.
A droga, que tem uma abordagem diferente da dos antibióticos eusa um tipo de enzimas chamadas endolisinas para destruir as bactérias, mostrou ser capaz de curar cinco em seis doentes com infeções cutâneas causadas por Staphylococcus aureus resistentes e não resistentes (aos antibióticos), durante os primeiros ensaios clínicos, que decorreram na Holanda.
Os dados foram anunciados na conferência Antibiotic Alternatives for the New Millennium, pela Micreos, a empresa holandesa de biotecnologia que desenvolveu o fármaco. Bjorn Herpers, que coordenou a equipa de investigação na empresa, classificou os resultados dos primeiros ensaios clínicos como “excitantes” e “demonstrativos do potencial desta tecnologia para revolucionar” o tratamento de infeções bacterianas. “Com a crescente prevalência de bactérias multirresistentes aos antibióticos são necessárias novas estratégias para o tratamento de infeções bacterianas”, afirmou Bjorn Herpers, explicando que as enzimas desta nova abordagem “são menos suscetíveis de induzir resistência e só atacam as bactérias-alvo, e não as que são benéficas [para o organismo]”.
“É uma boa notícia”, comenta ao DN Maria Miragaia, investigadora do Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB), da Universidade Nova de Lisboa, que trabalha na área da resistência aos antibióticos, justamente em Staphylococcus aureus . “Qualquer alternativa aos antibióticos é bem-vinda, porque o problema da resistência bacteriana é cada vez maior”, diz a cientista, sublinhando que “estamos quase numa fase pré-antibibiótica, como quando se morria de uma simples infeção numa perna”, tal é a extensão do problema.
Fonte: Diário de Notícias
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