Greve de enfermeiros no Alentejo tem adesão de 60% e adia cirurgias e consultas
Na região do Alentejo, “a nível global, a adesão à greve situa-se na ordem dos 60%”, indicou Celso Silva, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), que convocou a paralisação.
“Os dados da adesão demonstram bem que os enfermeiros no Alentejo também não estão nada satisfeitos com a discriminação a que o Ministério da Saúde está a sujeitar os enfermeiros”, frisou.
Segundo o sindicalista, devido à greve de enfermeiros, os blocos operatórios e os serviços de consultas externas dos hospitais de Beja, Évora e Portalegre estão a funcionar “a meio gás”.
No bloco operatório do hospital de Évora, “a adesão à greve é praticamente total” e, por isso, “foram adiadas todas as cirurgias programadas e só estão a ser feitas as de urgência”.
Também no hospital de Évora há serviços a registar taxas de adesão à greve de 100% e que, por isso, estão a funcionar com serviços mínimos de enfermagem, como os de internamento de cardiologia, ortopedia, psiquiatria e cirurgia 1, disse o sindicalista.
Os enfermeiros das instituições de saúde do setor público terminam hoje uma greve de quatro dias de forma regional e que foi convocada pelo SEP para exigir a correta contabilização dos pontos para efeitos de descongelamento das progressões e protestar contra o encerramento da negociação da carreira por parte do Ministério da Saúde.
O primeiro dia de greve, na terça-feira, abrangeu os hospitais e centros de saúde da região de Lisboa e Vale do Tejo e foi, até agora, o mais participado, com uma adesão de quase 70% dos enfermeiros.
A greve abrangeu os hospitais e centros de saúde da região Centro no segundo dia, na quarta-feira, os do Norte, no terceiro dia, na quinta-feira, e hoje, o quarto e último dia, abrange os das regiões dos Açores, do Alentejo e do Algarve.
Apesar de estar marcada uma reunião de negociação suplementar para o dia 30 deste mês, o sindicato decidiu manter a greve por considerar que as propostas apresentadas pelo Ministério da Saúde “estão muito longe daquilo que são as justas reivindicações dos enfermeiros”, segundo o presidente do SEP, José Carlos Martins.
LUSA
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