Covid-19: Europa responde por metade das mortes em todo o mundo há três meses

Durante os últimos três meses, a Europa tem respondido por metade das mortes por Covid-19 em todo o mundo. O Velho Continente nunca tinha sido o epicentro global da doença durante tanto tempo, segundo o ‘ABC’.

Atualmente, as mortes diárias na Europa ultrapassam as três mil, segundo dados da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, que faz a contabilização da evolução da pandemia a nível global.

No inverno passado, a mortalidade europeia atingiu níveis mais altos, com picos próximos de seis mil mortes por dia; no entanto, a pandemia não estava tão localizada no continente como está agora.

A pandemia está longe de desaparecer no mundo. Todos os dias, em média, mais de sete mil pessoas morrem devido à Covid-19, um número que se mantém relativamente estável, em 2021 esse número era o dobro, mais de 14 mil.

A Europa registou uma primavera e verão com baixa de mortalidade por Covid-19 no ano passado, coincidindo com a campanha de vacinação. A América, na primavera, e a Ásia, especialmente a Índia, no verão, foram o foco da pandemia nestes meses. A situação inverteu-se no outono.

Quanto à vacinação, na Europa, a cobertura vacinal (66% com pelo menos uma dose), é menor do que na América do Sul (77%), Ásia (69%) e América do Norte (69%). Só supera a da Oceânia (62%) e África (15%).

Os países com menor cobertura vacinal têm atualmente uma mortalidade mais alta. Segundo dados do ECDC, os cinco com maior mortalidade semanal são países com uma percentagem da população protegida inferior a 70 : Polónia, Bulgária, Croácia, Hungria e Eslováquia.

Por outro lado, os cinco países com menor mortalidade têm cobertura próxima ou superior a 80% da população protegida: Suécia, Holanda, Irlanda, Finlândia e Espanha.

A Europa ainda está imersa na onda de infeções do inverno, a quinta em Portugal. A variante Ómicron desencadeou o número de casos no continente, mas está a aproximar-se do pico, como mostra o crescimento mais lento do número de casos nos últimos dias.

Embora os internamentos sejam menores, devido à maior gravidade e a uma população amplamente imunizada pela vacina ou infeção anterior, a Europa continua a somar mortes por um vírus que já deixou mais de quatro milhões de mortes no continente, quase metade delas na UE .