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A Dor na Criança

A dor acompanha desde sempre a humanidade, mas só depois dos anos 60 se reconhece a sua existência na criança. Apesar da evolução do conhecimento científico, podemos ainda hoje constatar que as crianças de todo o mundo não estão bem, porque não têm a sua dor devidamente reconhecida, avaliada e tratada.

 Importa assim refletir sobre as razões e barreiras existentes, informar, formar e motivar para as ações que nos permitam superar este desafio persistente. A dor na criança e o modo como a pode expressar depende de vários fatores como o sexo a idade e estádio de desenvolvimento psicomotor, experiências passadas de dor, doença e causa da dor, mecanismo fisiopatológico, contexto familiar, social e cultural, existindo várias escalas de avaliação adaptadas (DGS 014/20210).

Os pais ou principais cuidadores têm um papel fundamental, pois as crianças dependem do adulto para as ações necessárias ao alívio da dor, mesmo se com uma idade ou condições de saúde que dificultem a sua expressão verbal este direito não lhes pode ser negado. Para além da dor física, o conceito de dor total reveste-se da maior importância no contexto pediátrico.

 Em 2018, a APED publicou a brochura “Desenhos da Minha Dor”, contribuindo para a sensibilização e educação de todos e encorajando o aperfeiçoamento dos profissionais que lidam com crianças.

As intervenções de Enfermagem no controlo da dor em Pediatria são fundamentais para assegurar uma prestação de cuidados de qualidade; a avaliação e implementação atempada de medidas não farmacológicas e farmacológicas devem ser uma área de investimento de modo a promover uma experiência de hospitalização atraumática.

As diferentes estratégias não farmacológicas disponíveis são um recurso primordial na criança, uma vez que modificam o significado da dor, permitindo minimizar vivências dolorosas futuras. Há que otimizar as práticas de sedoanalgesia para procedimentos dolorosos (DGS 022/2012) e conhecer as indicações, clarificando medos e mitos que ainda inibem a prescrição dos opioides em Pediatria, assim como para os fármacos adjuvantes (DGS 023/2012).

A dor crónica pediátrica é pouco valorizada e origina múltiplas alterações na vida da criança e família. Nas crianças com doença crónica complexa, a dor é um sintoma frequente e menos reconhecido e tratado quando existe disfunção cognitiva. A medicina integrativa promove uma abordagem multimodal particularmente eficaz no contexto da dor crónica pediátrica.

A dor na criança é uma realidade. O seu inadequado tratamento é inaceitável e tem consequências futuras, contribuído para a dor crónica no adulto, pelo que é prioritário investir na sensibilização e formação, valorizando o trabalho de equipa e implementando as condições para diminuir o hiato entre a teoria e a prática, bem como um investimento organizacional que permita aplicar os protocolos e avaliar resultados com a consequente gratificação de todos e melhoria inegável dos cuidados e saúde das crianças e suas famílias.

Fonte: Saúde Online

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