Técnicos de diagnóstico marcam greve por tempo indeterminado
TÉCNICOS DAS ÁREAS DE DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICA CONVOCAM GREVE POR TEMPO INDETERMINADO. ANÁLISES CLÍNICAS, ECOGRAFIA, RAIO X OU OUTROS EXAMES DE DIAGNÓSTICO NÃO SERÃO EFETUADOS A PARTIR DE 16 DE NOVEMBRO.
Em face da falta de resposta, face ao compromisso do Ministério da Saúde em concluir o processo negocial das carreiras (CTFP e CIT), os técnicos superiores das áreas de diagnóstico e terapêutica convocam nova greve a partir de 16 de novembro, desta feita por tempo indeterminado.
Os técnicos superiores das áreas de diagnóstico e terapêutica, constituídos em 22 profissões, três das quais por regulamentar, abrangem áreas como as análises clínicas, a radiologia, a fisioterapia, a farmácia, a cardiopneumologia, entre muitas outras, num total de cerca de 10 mil profissionais em exercício nos serviços públicos de saúde.
Quando há um mês o Sindicato suspendeu a greve, efetuando uma reunião com o Governo no dia 12 de outubro, desde logo manifestou as suas reservas quanto ao posicionamento da Comissão Negociadora do Governo (CNG), pois, apresentava-se sem mandato definido quanto às matérias de incidência financeira, bem como quanto a uma estranha necessidade de se efetuarem eventuais retificações aos projetos de diploma publicados há cerca de um ano em BTE
Nesta reunião, o Sindicato (STSS) estabeleceu um prazo de 10 dias para a conclusão do processo negocial, sem o qual voltaria processo de luta.
Extinto este prazo, e depois do Secretário de Estado da Saúde ter solicitado, pessoal e institucionalmente, mais algum tempo para concluir as negociações com o Ministério das Finanças, na reunião da Direção Nacional do STSS, do dia 21 de outubro, decidiram prolongar o prazo para um entendimento negocial até dia 31 de outubro.
Contudo, neste espaço de tempo, não aconteceu qualquer reunião entre o Ministério a Saúde e o Ministério das Finanças, ficando-se o Secretário de Estado da Saúde pela vaga informação que iriam reunir esta semana.
Perante isto, o sindicato reforçou que nada o fará recuar neste processo de luta.
Mesmo que o Governo queira negociar nos próximos dias não será suspensa a greve agora decretada sem que todo o processo negocial fique concluído.
MOTIVOS DA GREVE
Dos motivos desta greve, o Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêuticas (STSS) destaca:
1. Serem os únicos profissionais de saúde licenciados, cuja carreira está desatualizada há 16 anos, provocando perdas salariais insustentáveis.
2. Terem mais de 50% dos profissionais em regime de CIT – Contrato Individual de Trabalho, sem qualquer carreira ou instrumento regulador do trabalho.
3. Continuarem com a escandalosa situação de praticarem horários de 35 e 40 horas semanais de trabalho sem qualquer diferenciação salarial.
4. Confrontarem-se com uma ausência total de políticas de empregabilidade dos jovens licenciados, designadamente nas áreas das ciências biomédicas laboratoriais, da fisiologia clínica e da imagem médica e radioterapia, cujas licenciaturas recentemente criadas continuam por regulamentar em matéria de exercício profissional.
5. Não serem auscultados pela tutela nos processos em curso das reformas da saúde, etc.
ESTIMA-SE QUE, EM 2019, 70% DOS PROFISSIONAIS NÃO TENHAM UMA CARREIRA PROFISSIONAL
Com esta desregulação das condições de trabalho, estima-se que, em 2019, 70% dos profissionais não tenham uma carreira profissional, abrindo-se a porta a todo o tipo de arbitrariedades e ausência de direitos destes trabalhadores. Objetivamente, o Governo não cumpre as suas promessas de promoção da contratação coletiva, relegando os técnicos superiores das áreas de diagnóstico e terapêutica a mera mercadoria do Serviço Nacional de Saúde, remunerada ao nível dos saldos mais básicos.
A greve por tempo indeterminado, que se inicia a 16 de novembro, poderá afetar áreas como as análises clínicas, a radiologia, a fisioterapia ou a cardiopneumologia.
Os técnicos superiores das áreas de diagnóstico e terapêutica estão constituídos em 22 profissões num total de cerca de 10 mil profissionais em exercício nos serviços públicos de saúde.
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