Violência. Enfermeiros, hospitais e GNR unem-se para ajudar vítimas de maus-tratos
Em declarações à agência Lusa, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, realçou que se trata de um projeto piloto “inédito no país” que pretende a intervenção das autoridades policiais e dos enfermeiros em casos de violência que, muitas vezes, não são identificados.
“A maioria das vítimas de violência doméstica entram pela porta de urgência do hospital e a primeira pessoa que vêm é o enfermeiro na triagem. Muitas vezes, são pessoas mais frágeis do ponto de vista emocional até, e, muitas vezes, não dizem [que são vítimas de violência]”, explicou Ana Rita Cavaco, salientando que a Ordem pretende que haja intervenção nos casos, “juntamente com a GNR”.
Assim, o protocolo de cooperação vai ser assinado na sexta-feira, entre a Ordem dos Enfermeiros, a GNR, o Hospital de Cascais – Dr. José de Almeida e o Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), por forma a apoiar as vítimas com os enfermeiros especialistas em saúde mental e as forças de segurança.
“O que se pretende é que, identificada uma vítima desta natureza, que apresente sinais de ser uma vítima de violência doméstica ou de outro tipo de violência – podemos estar a falar de idosos -, seja chamado esse enfermeiro, que é especialista em saúde mental, para poder apoiar melhor a pessoa, e que seja acionada também a GNR”, acrescentou a bastonária.
De acordo com Ana Rita Cavaco, o projeto será realizado numa área muito específica em dois hospitais e haverá uma formação gratuita em enfermagem de saúde mental para os especialistas na área e para os enfermeiros de triagem, que são os primeiros a ter contacto com as vítimas.