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Anti-inflamatórios comumente tomados por crianças podem causar alterações no esmalte dentário, mostra estudo

Anti-inflamatórios comumente tomados por crianças podem causar alterações no esmalte dentário, mostra estudo

Inspeção visual dos incisivos inferiores desidratados dos camundongos tratados ou não com indometacina e celecoxib (escala = 10 mm). Crédito: Relatórios Científicos (2022). DOI: 10.1038/s41598-022-19583-w

Um estudo realizado na Universidade de São Paulo (USP) no Brasil e descrito em um artigo publicado na revista Relatórios Científicos mostra que os anti-inflamatórios comumente tomados por crianças podem estar associados a defeitos do esmalte dentário (DEDs) atualmente observados em cerca de 20% das crianças em todo o mundo.

Os autores, filiados à Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP-USP) e à Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCFRP-USP), investigaram os efeitos do celecoxibe e da indometacina, medicamentos não esteroides drogas antiinflamatórias (AINEs) classificados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o primeiro degrau na escada analgésica, ao lado do paracetamol.

Nos últimos anos, os cirurgiões-dentistas da Clínica de Esmalte da FORP-USP, que pesquisam e lidam diariamente com o problema, observaram um aumento acentuado no número de crianças que procuram tratamento para dores, manchas brancas ou amareladas nos dentes, sensibilidade dentária e fragilidade. Em alguns casos, a simples mastigação pode fraturar os dentes das crianças. Todos esses são sintomas clássicos de DEDs do tipo conhecido como hipomineralização do esmalte, cujas causas são pouco conhecidas.

Como resultado desse distúrbio, cárie dentária na forma de lesões cariosas aparece mais cedo e com mais frequência nesses pacientes, cujas restaurações são menos adesivas e tendem a falhar mais. Estudos mostraram que eles podem ter que substituir restaurações dez vezes mais ao longo da vida do que pessoas com dentes saudáveis.

Uma coincidência específica despertou a curiosidade dos pesquisadores: a idade dos pacientes. Os primeiros anos de vida, quando se formam os DEDs, são um período em que os enjoos são frequentes, muitas vezes com febre alta.

“Essas doenças são tipicamente tratadas com AINEs, que inibem a atividade da ciclooxigenase [COX, a key inflammatory enzyme] e reduzir a produção de prostaglandina [which also promotes inflammation]”, disse Francisco de Paula-Silva, professor do Departamento de Pediatria da FORP-USP e último autor do artigo. formação dessa estrutura”.

Anti-inflamatórios comumente tomados por crianças podem causar alterações no esmalte dentário, mostra estudo

Análise microcomputadorizada (μCT) de incisivos inferiores. Imagens axiais (a,c,e) mostram a camada de esmalte dos três grupos. Nas imagens sagitais (b,d,f) com setas brancas que indicam o segmento de esmalte maduro que está prestes a irromper na cavidade oral. Crédito: Relatórios Científicos (2022). DOI: 10.1038/s41598-022-19583-w

Os pesquisadores usaram ratos para estudar o problema, pois esses animais têm incisivos que crescem continuamente, o que facilita a análise. Os ratos foram tratados com celecoxib e indometacina por 28 dias, após os quais praticamente nenhuma diferença em seus dentes foi visível a olho nu. No entanto, quando os pesquisadores começaram a extrair, descobriram que os dentes fraturavam com mais facilidade.

Análises baseadas em imagens e composição química sugeriram que a mineralização dentária havia sido afetada. Os dentes continham níveis abaixo do normal de cálcio e fosfatoque são importantes para a formação do esmalte dentário, e a densidade mineral foi baixa.

Quando os pesquisadores procuraram as razões para isso, encontraram alterações nas proteínas necessárias para a mineralização e diferenciação celular, mostrando que as drogas realmente afetaram a composição do esmalte dentário.

Próximos passos

“Neste momento, o estudo pelo menos nos dá uma pista sobre a identidade de um novo jogador que pode estar envolvido no desenvolvimento de DEDs. Até agora estamos totalmente no escuro”, disse Paula-Silva. “Só conseguimos esses importantes achados graças ao esforço da Clínica de Esmalte da FORP-USP e à colaboração de Lúcia Helena Faccioli, professora da FCFRP-USP. Ela deu uma contribuição fundamental para o nosso entendimento do papel dos mediadores lipídicos relacionados à doenças que afetam os dentes”.

O grupo pretende realizar um estudo clínico com o objetivo de confirmar os resultados da pesquisa em modelo animal. “Vamos analisar o histórico médico das crianças com DEDs e o uso dessas drogas, e faremos um estudo clínico que correlacionará os dois conjuntos de dados para ver se a mesma coisa acontece com os humanos. Em caso afirmativo, podemos fazer recomendações sobre quais medicamentos não devem ser usados ​​para quais pacientes. Também podemos ajudar a elaborar um protocolo de tratamento adequado no futuro”, disse Paula-Silva, comparando essa situação com a da tetraciclina, um antibiótico não recomendado para crianças porque causa a descoloração dos dentes.

Outro ponto importante a ser abordado é o uso indiscriminado de medicamentos de venda livre, problema que parece ter se agravado à medida que o atendimento pediátrico se tornou mais comum, embora ainda não existam informações concretas a respeito.

Mais Informações:
Juliana de Lima Gonçalves et al, Biomineralização do esmalte sob efeito da indometacina e dos anti-inflamatórios não esteroidais celecoxibe, Relatórios Científicos (2022). DOI: 10.1038/s41598-022-19583-w

Citação: Medicamentos anti-inflamatórios comumente tomados por crianças podem causar alterações no esmalte dentário, mostra estudo (2022, 20 de dezembro) recuperado em 21 de dezembro de 2022 em https://medicalxpress.com/news/2022-12-anti-inflamatório-drugs-commonly -children-dental.html

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