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O ‘guardião do genoma’ protege contra doenças cardiovasculares

O 'guardião do genoma' protege contra doenças cardiovasculares

A análise de amostras humanas e experimentos com animais demonstram que a presença de mutações no gene p53 no sangue aumenta o risco de desenvolver aterosclerose, a principal causa de doenças cardiovasculares. Crédito: CNIC

Uma equipe do Centro Nacional de Investigaciones Cardiovasculares (CNIC), trabalhando em colaboração com institutos nos Estados Unidos, demonstrou que mutações adquiridas no gene que codifica a proteína p53 contribuem para o desenvolvimento da doença cardiovascular aterosclerótica.

Conhecido como o “guardião do genoma”, o p53 ajuda a manter a integridade do material hereditário dentro das células, regulando múltiplas funções celulares em resposta ao estresse celular.

Todos os dias, uma pessoa adulta gera centenas de milhares de células sanguíneas. Embora essencial, esse processo inevitavelmente promove o aparecimento de mutações nas células progenitoras responsáveis ​​por essa produção.

A presença de mutações adquiridas no gene p53 nas células sanguíneas aumenta o risco de desenvolver vários tipos de câncer, incluindo cânceres no sangue.

No novo estudo, publicado na Pesquisa Cardiovascular da Naturezao grupo CNIC liderado por José Javier Fuster demonstra que as mutações p53 também aceleram o desenvolvimento da aterosclerose, a causa subjacente da maioria doença cardiovascularque é a principal causa de morte no mundo e representa um enorme ônus para os sistemas de saúde.

Trabalhando em colaboração com os grupos liderados por Derek Klarin na Universidade de Stanford, Pradeep Natarajan no Massachusetts General Hospital e Alexander Bick na Vanderbilt University, os cientistas analisaram dados de sequenciamento de células sanguíneas de mais de 50.000 pessoas.

“Descobrimos que os portadores de mutações adquiridas em p53 tinham um risco maior de desenvolver doença cardíaca coronária e doença na artéria periféricae esse efeito foi independente de fatores de risco cardiovascular estabelecidos, como hipertensão ou colesterol elevado no sangue”, explicou o Dr. José Javier Fuster.

Com base nesses resultados, os cientistas do CNIC realizaram estudos funcionais em modelos animais de aterosclerose, nos quais introduziram células portadoras de mutações p53.

O 'guardião do genoma' protege contra doenças cardiovasculares

José Javier Fuster, Marta Amorós Pérez, Nuria Matesanz, María Ángeles Zuriaga, Alejandra Aroca Crevillén. Crédito: CNIC

Os resultados mostraram que camundongos portadores dessas mutações desenvolveram doenças cardiovasculares mais rapidamente, principalmente devido a uma taxa de proliferação anormalmente elevada de células imunes nas paredes das artérias.

“Esta combinação de observações em humanos com estudos experimentais em animais fornece evidências sólidas de que essas mutações aumentam o risco de desenvolver doenças cardiovasculares”, disse o Dr. Fuster.

Para o Dr. Valentín Fuster, Diretor Geral do CNIC, Presidente do Mount Sinai Heart e Médico-Chefe do Hospital Mount Sinai e autor do estudo, essas descobertas “ampliam nosso conhecimento de como a aquisição de mutações em células sanguíneasum fenômeno chamado hematopoiese clonal, atua como um fator de risco cardiovascular.”

Trabalhos anteriores do mesmo grupo já haviam demonstrado em artigo de 2021 na Jornal do Colégio Americano de Cardiologia (JACC) que várias dessas mutações, como as que afetam o gene TET2, contribuem para o desenvolvimento de distúrbios cardiovasculares como aterosclerose e insuficiência cardíaca.

Agora, “além de validar esse estudo anterior, nossos novos resultados ampliam nossas descobertas para incluir mutações no p53 e o desenvolvimento de doença arterial periférica, uma condição que é especialmente prevalente na população idosa”, disse o Dr. José Javier Fuster

Os pesquisadores destacam que mutações em diferentes genes contribuem para doenças cardiovasculares por meio de mecanismos distintos. “No futuro, isso pode ser explorado para projetar estratégias de prevenção personalizadas voltadas para os efeitos específicos de diferentes mutações”, disse a cientista do CNIC Nuria Matesanz, uma das primeiras autoras do estudo.

Mais Informações:
José Fuster, hematopoiese clonal mediada por TP53 confere risco aumentado para doença aterosclerótica incidente, Pesquisa Cardiovascular da Natureza (2023). DOI: 10.1038/s44161-022-00206-6. www.nature.com/articles/s44161-022-00206-6

Fornecido pelo Centro Nacional de Investigaciones Cardiovasculares Carlos III (FSP)

Citação: O ‘guardião do genoma’ protege contra doenças cardiovasculares (2023, 16 de janeiro) recuperado em 16 de janeiro de 2023 em https://medicalxpress.com/news/2023-01-guardian-genoma-cardiovascular-disease.html

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