Sistemas de administração de insulina em circuito fechado podem melhorar o controle do açúcar no sangue em crianças com diabetes tipo 1

Os sistemas de administração de insulina em circuito fechado melhoram o controle da glicose em crianças com diabetes tipo 1 sem causar efeitos adversos, de acordo com um estudo apresentado no ENDO 2023, o encontro anual da Endocrine Society em Chicago, Illinois.

Um sistema de circuito fechado consiste em dispositivos que usam um monitor contínuo de glicose e uma bomba de insulina para regular automaticamente os níveis de açúcar no sangue para pessoas com diabetes. O sistema opera em “circuito fechado” porque monitora e ajusta continuamente (iniciando e parando) a administração de insulina com base nos níveis de açúcar no sangue da pessoa, sem a necessidade de intervenção manual.

O primeiro sistema de circuito fechado foi aprovado para uso pediátrico nos Estados Unidos em 2020. Desde então, muitos ensaios clínicos randomizados foram realizados em sistemas de circuito fechado. No entanto, de acordo com a pesquisadora do estudo Amanda Godoi, da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, até agora nenhuma revisão de estudos avaliando o efeito do uso prolongado de sistemas de circuito fechado nos níveis de glicose em crianças e adolescentes com diabetes tipo 1 foi realizada.

“O tratamento do diabetes tipo 1 em crianças é um desafio clínico”, disse Godoi. “Descobrimos que o uso de sistemas de circuito fechado levou a um melhor controle da glicose, o que representa uma importante oportunidade de tratamento para reduzir complicações e morbidade em crianças com diabetes tipo 1”.

Os pesquisadores revisaram nove estudos de ensaios controlados randomizados com duração de pelo menos 12 semanas, comparando sistemas de circuito fechado com cuidados usuais em um total de 892 crianças com diabetes tipo 1. O cuidado usual é a administração de insulina por meio de múltiplas injeções diárias de insulina ou bombas de sensor aumentado, que são comumente usadas no tratamento de diabetes. Estes não são automatizados e, portanto, exigem que o paciente monitore os níveis de açúcar no sangue e ajuste a administração de insulina de acordo.

As crianças e adolescentes que usaram um sistema de circuito fechado tiveram uma pequena redução importante de 0,35% nos níveis de HbA1c – um exame de sangue que mede os níveis médios de açúcar no sangue nos últimos três meses. Eles também tiveram um aumento médio de 9,96% no tempo em uma faixa ideal de glicose, sem aumentar o risco de efeitos adversos, como hipoglicemia (açúcar no sangue muito baixo) e cetoacidose diabética (uma complicação grave do diabetes que se desenvolve quando o corpo não consegue produzir o suficiente insulina).

“Nossos resultados mostram que a tecnologia de circuito fechado parece ser segura e superior aos cuidados habituais no controle dos níveis de glicose”, disse Godoi.