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Hospital e Ordem dos Enfermeiros desmentem sindicato que alerta para “situações perigosíssimas” para recém-nascidos no São Francisco Xavier

Em comunicado, o Sindepor fez uma série de denúncias que poriam em causa o funcionamento do Serviço de Neonatologia do hospital lisboeta. Ao Expresso, o São Francisco Xavier e a Ordem dos Enfermeiros, também visada nas críticas, negam os problemas

O Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal advertiu hoje que as “deficiências de equipamento” e a escassez de enfermeiros no Hospital São Francisco Xavier colocam em causa a qualidade dos cuidados de saúde prestados a puérperas e recém-nascidos.

O alerta do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) surge na sequência de várias queixas que tem recebido dos seus associados e de uma visita que realizou recentemente ao Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, para confirmar o que os enfermeiros alegam, refere em comunicado.

O sindicato adianta que, devido às obras que determinaram o encerramento do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Santa Maria, a Obstetrícia do São Francisco Xavier deixou de funcionar com rácios de ocupação entre os 50% e os 70% para estar nos 100%.

“O estipulado é uma enfermeira para seis puérperas e seis recém-nascidos, mas o que temos atualmente é uma enfermeira para 10 puérperas e 10 recém-nascidos, com a consequente e indesejável redução da qualidade dos cuidados prestados”, adverte, no comunicado, o coordenador da região Sul do Sindepor, Luís Mós,

Segundo o Sindepor, o Serviço de Obstetrícia dispunha de duas incubadoras/mesas de reanimação para recém-nascidos que foram colocadas no bloco de partos.

“Em contrapartida, a Obstetrícia recebeu duas incubadoras/mesas de reanimação provenientes do Santa Maria, mas com problemas de funcionamento, nomeadamente fuga de oxigénio, no aspirador e na resistência de aquecimento”, salienta.

A par destes problemas, o sindicato refere que incubadora de transporte não funciona e, já este mês, foi necessário transferir um recém-nascido para o Serviço de Neonatologia.

“Não havendo incubadora de transporte, foi levado num berço normal, tendo os enfermeiros registado apneias e convulsões”, sublinha.

Luís Mós afirma que “esta situação é perigosíssima para o recém-nascido, que pode sofrer danos irreversíveis”, considerando ser “impensável, um hospital como este ter carências tão graves de equipamento e falta de profissionais numa altura em que é obrigado a ter maior capacidade de resposta devido ao fecho de um hospital vizinho”.

Perante estas situações, o Sindepor pediu uma reunião ao conselho de administração do São Francisco Xavier, com caráter de urgência, no passado dia 6 de outubro, mas diz que até ao momento não obteve qualquer resposta.

De acordo com o sindicato, os profissionais já denunciaram estes problemas à Ordem dos Enfermeiros, também sem resposta.

Luís Mós aconselhou os enfermeiros a inscreverem, diariamente, as carências de equipamento e de pessoal no registo de ocorrências ou de notificações internas do Hospital São Francisco Xavier.

Ordem dos Enfermeiros e médicos negam “situação perigosíssima” para recém-nascidos

Ao Expresso, a situação “impensável” e “perigosíssima” no Serviço de Neonatalogia do Hospital de São Francisco Xavier é refutada por vários responsáveis, desde a Ordem dos Enfermeiros a médicos e chefias de enfermagem do hospital às portas de Lisboa.

O Sindepor aponta a falta de enfermeiros e de equipamentos, como mesas de reanimação para recém-nascidos, mas os profissionais garantem que os constrangimentos não são os apontados com tamanha gravidade. “Segundo as enfermeiras-chefe e a coordenadora, por sinal, a situação na Neonatologia até melhorou, precisamente, porque há mais enfermeiros com a transferências de equipas do Hospital de Santa Maria”, afirma Fernando Cirurgião, diretor da obstetrícia e ginecologia. E, detalha: “Estamos a conseguir manter um rácio de um enfermeiro por sete puérperas e 10 recém-nascidos.”

Sobre a falta de equipamentos, nomeadamente incubadoras/mesas reanimação, o responsável confirma que foi necessário reparar o material que veio do Santa Maria, mas que não há faltas que ponham em causa a segurança da assistência: “Há uma mesa de reanimação por piso”, assegura.

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros estranha também o alerta feito pelo sindicato: “A única questão que temos relativa ao Centro Hospitalar Lisboa Ocidental é no Hospital Egas Moniz.” Ana Rita Cavaco explica ainda que “a Ordem dá sempre resposta e se o Sindepor ainda não a teve é porque a denúncia não entrou”, sublinhando que “não é suficiente fazer queixas sobre a falta de enfermeiros, é preciso sinalizar as situações em concreto, porque enfermeiros faltam em todo o país”. Ao Expresso, os serviços da Ordem asseguram que não deu entrada qualquer queixa ou denúncia do sindicato ou mesmo a título individual.

Fonte: Expresso

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