Medicamentos para alergias demonstram ter efeitos anticancerígenos
Anti-histamínicos interferem na actividade de células que suprimem resposta do sistema imunitário contra o cancro. Investigadores indicam que, pela primeira vez, um estudo revela que os anti-histamínicos têm um forte potencial anticancerígeno, avança a TV Ciência.
Os anti-histamínicos são os medicamentos indicados para os casos de alergias já que inibe a acção da histamina, um composto orgânico libertado pelas células em resposta aos agentes alergénicos.
Os anti-histamínicos são um dos grupos de medicamentos mais usados sem prescrição médica, mas até agora era desconhecida qualquer possível ligação entre estes medicamentos e o cancro.
Na edição de Julho de 2014 do The Journal of Leukocyte Biology, cientistas da Virginia Commonwealth University, nos EUA, indicam que os anti-histamínicos interferem na actividade das células supressoras derivadas da mieloide, que têm um papel activo ao suprimirem a resposta do sistema imunitário ao cancro.
Os cientistas chegaram a este surpreendente resultado através de experiências realizadas com dois grupos de ratos. Num dos grupos os animais foram infectados com um parasita próprio para roedores de forma a ser obtida uma importante resposta alérgica e seguidamente foram injectados com células supressoras derivadas de mieloide e tratados com os anti-histamínicos cetirizina ou cimetidina.
O segundo grupo era composto por ratos com tumores, os quais foram injectados com células supressoras derivadas de mieloide e tratados com o anti-histamínico cimetidina.
Os cientistas verificaram que no primeiro grupo, o tratamento com anti-histamínicos reverteu o efeito das células supressoras derivadas de mieloide, enquanto no segundo grupo de animais com tumores, os ratos também apresentaram uma redução no crescimento dos tumores.
“Esta investigação é muito excitante já que estabelece uma relação entre duas doenças que não eram normalmente relacionadas: a alergia e o cancro”, afirma Daniel H. Conrad, investigador da Virginia Commonwealth University, citado em comunicado da Federação das Sociedades Americanas para a Biologia Experimental.
O especialista alerta que, no entanto, “é importante perceber que esta ligação é muito nova e que é necessária mais investigação antes de sabermos se os anti-histamínicos podem ser efectivamente utilizadas nas terapias cancerígenas”.
Fonte: TV Ciência
http://www.tvciencia.pt/tvcnot/pagnot/tvcnot03.asp?codpub=35&codnot=53
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