As dietas baseadas em plantas e a saúde cardiovascular
Uma equipa de investigadores descobriu que seguir uma alimentação com base em plantas, mas em derivados não saudáveis, faz aumentar o risco cardiovascular.
Esta é a conclusão de um estudo conduzido por uma equipa de investigadores da Faculdade de Saúde Pública T.H. Chan de Harvard e do Hospital Brigham and Women, EUA, o qual se centrou na análise dos benefícios e riscos oferecidos por vários tipos de dietas.
Os investigadores liderados por Ambika Satija partiram do princípio que as dietas baseadas em plantas estudadas até à data eram consideradas como sendo vegetarianas e não faziam distinções entre vários alimentos derivados de plantas e os seus benefícios e malefícios para a saúde.
Para este estudo, a equipa considerou três tipos de dieta para o seu estudo: dietas com abundância de plantas, mas com alguns ingredientes derivados de animais; dietas apenas baseadas em plantas com abundância de alimentos saudáveis, como fruta, legumes e cereais integrais; e dietas baseadas em plantas, na maioria com alimentos não saudáveis, como bebidas açucaradas, doces e cereais refinados.
Os investigadores recrutaram participantes de três estudos que incluíam 166.030 mulheres do Estudo de Saúde dos Enfermeiros II (“Nurses’ Health Study II”) e 43.259 homens do Estudo de Seguimento dos Profissionais de Saúde (“Health Professionals Follow-Up Study”) dos EUA. Foram excluídos do estudo indivíduos com diagnóstico de doença cardiovascular ou cancro.
Os participantes foram seguidos durante mais de 20 anos, através de questionários semestrais que avaliavam o historial clínico, comportamentos relativos à saúde e estilo de vida dos mesmos.
Durante o período de monitorização 8.631 participantes desenvolveram doença coronária. A equipa apurou também que os participantes que seguiam uma alimentação apenas baseada em plantas com um grande consumo de alimentos saudáveis apresentavam um risco substancialmente reduzido de desenvolverem doença cardíaca.
Os participantes que consumiam alimentos derivados de plantas, mas não saudáveis apresentavam um impacto negativo da saúde cardíaca dos mesmos.
Ambika Satija concluiu que “quando examinámos as três categorias de alimentos com o risco de doença cardíaca, descobrimos que os alimentos saudáveis vindos de plantas estavam associados com o risco mais baixo, enquanto os alimentos vindos de plantas menos saudáveis e os de animais estavam associados ao risco mais elevado [de doença cardíaca]”.
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