O novo plano para tratar do coração dos espanhóis, o álcool fica fora dos restaurantes
As mediadas da nova Estratégia de Saúde Cardiovascular espanhola passam por retirar a cerveja e o vinho dos menus dos restaurantes, promover uma dieta mediterrânea, baixar os preços dos produtos mais saudáveis e acabar com o tabaco dentro de casa.
O Conselho Interterritorial do Sistema Nacional de Saúde (CISNS) espanhol aprovou na quarta-feira a nova Estratégia de Saúde Cardiovascular, que tem como objetivo melhorar a saúde do coração dos espanhóis através de políticas fiscais, consciencialização social e reforços nos cuidados de saúde.
A equipa liderada pela Ministra da Saúde, Carolina Darias, tem estruturado esta estratégia que, na vertente de promoção e prevenção cidadã, inclui ações como “colaborar com a restauração” para promover uma dieta mediterrânea como modelo de alimentação saudável para o coração, “sem incluir o consumo de álcool”.
O plano prevê que não haja cerveja nem vinho nos menus do dia dos restaurantes e que a água seja gratuita. Esta medida vem de encontro a algo que o Ministério da Saúde já quer há muito implementar, como a instalação de fontes de água em todo o tipo de instituições públicas, educacionais, de saúde ou desportivas e que os restaurantes ofereçam “água da torneira por padrão nos menus”.
Existem também medidas relacionadas com o preço dos produtos menos saudáveis e a sua comercialização. O objetivo é excluir os produtos industrializados e álcool das máquinas de venda automática com “políticas fiscais e preços que promovam a alimentação saudável”. Está também previsto que seja melhorada a oferta de alimentos nas escolas, hospitais ou centros desportivos.
Esta estratégia está alinhada com as declarações que o Ministro do Consumo espanhol, Alberto Garzón, fez há uns meses sobre a relação entre as classes sociais e o consumo de alimentos ultraprocessados. Devido a esta relação torna-se necessário promover “mecanismos que facilitem o acesso a produtos saudáveis para pessoas em situação económica desfavorável”.
O Ministério da Saúde espanhol estabelece uma relação clara entre o risco cardiovascular e ser fumante, para além de que as mulheres também têm um risco mais elevado de sofrer de doenças cardiovasculares.
Assim, defeniu a meta de reduzir a prevalência do tabagismo em Espanha abaixo dos 10% até 2040 e desenvolver a lei do tabaco, que neste momento se encontra em processo de consulta pública. A ação estratégica para esta lei quer “expandir os espaços livres de fumo e promover casas livres de fumo”.
Como os estudos apontam que as doenças cardiovasculares têm maior prevalência nas mulheres do que nos homens o Ministério da Saúde espanhol pretende lançar uma linha de trabalho específica para o género feminino. Através do desenvolvimento de protocolos para a otimização de tratamentos de cardiopatias em mulheres e investigar mais sobre as causas desta situação.
O plano desenvolvido inclui também o objetivo de melhorar o atendimento na Atenção Básica (centro de saúde) e nos hospitais, com mais programas de reabilitação cardíaca, prioridade para as redes de enfarte agudo do miocárdio e do diagnóstico da insuficiência cardíaca.
Relativamente aos doentes com insuficiência cardíaca são propostas algumas medidas multidisciplinares que vão desde a educação do paciente até à otimização do tratamento, passando a ter apoio psicossocial.
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