Dados de listas de espera envergonham o país, diz Ordem dos Médicos
A Ordem dos Médicos (OM) classificou esta quarta-feira como «desastrosos» os dados revelados pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS)que indicam um agravamento do incumprimento dos tempos de espera para consultas e cirurgias.
Considerando que a situação deve «envergonhar» o país, a OM desafiou ainda o Ministério da Saúde a divulgar o «plano de ação» para as listas de espera que tem anunciado, «mas que nunca precisou como tenciona executar».
«Estes resultados são desastrosos e devem envergonhar-nos enquanto país que ficou conhecido por ter um dos melhores serviços de saúde do mundo. Podíamos dizer que o SNS responde nos casos mais urgentes, como sugeriu a ministra da Saúde. Mas infelizmente já nem isso é totalmente verdade», sublinha o bastonário da OM, Miguel Guimarães, num comunicado.
A Ordem refere-se nomeadamente «a áreas mais sensíveis, como a Oncologia», considerando «os números desoladores», já que quase 20% das cirurgias a doentes com cancro foram feitas para além dos tempos de resposta clinicamente aceitáveis, sendo que é nas cirurgias oncológicas «muito prioritárias» que a percentagem de incumprimento dos tempos de resposta é maior.
«Não é mais possível continuarmos a compactuar com uma política de saúde que todos os dias contribui para enfraquecer o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e para colocar doentes e profissionais de saúde em situações de verdadeiro desespero», conclui o bastonário na nota à Imprensa.
Recorde-se que numa reação aos dados da ERS, o Ministério da Saúde garantiu, esta terça-feira, que está em curso um «plano de ação» para melhorar o acesso a cirurgias e consultas nos hospitais, sobretudo para as especialidades com mais doentes à espera e com tempos de espera superiores.
«As medidas vão incidir sobre as sete especialidades que, no final de 2018, tinham o maior volume de utentes à espera, os maiores tempos de espera e as maiores percentagens de resposta para além dos tempos máximos de resposta garantidos», referiu o gabinete da ministra da Saúde numa resposta escrita enviada à Lusa.
O Ministério salientou ainda que os dados de monitorização divulgados pela ERS são «parcelares» e que compreendem apenas o período entre janeiro e maio de 2018.
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