Ferramenta ajuda a evitar a prescrição desnecessária de antibióticos
As infeções do trato respiratório com tosse são a causa mais comum da prescrição de antibióticos às crianças, embora estes sejam desnecessários em cerca de um terço dos casos. O estudo publicado na revista “The Lancet Respiratory Medicine” identificou sete parâmetros que podem ajudar os profissionais de saúde a identificar as crianças menos propensas a necessitar de antibióticos.
Os investigadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido, estimam que se a prescrição de antibióticos neste grupo de baixo risco for reduzida para metade, a nova ferramenta poderia diminuir, no total, a prescrição de antibióticos para crianças com infeções do trato respiratório com tosse, similar a outras intervenções utilizadas para combater a resistência aos antibióticos.
De forma a desenvolverem a ferramenta, denominada por “Starwave”, os investigadores, liderados por Alastair Hay, recolheram dados de quase 8.400 crianças com idades compreendidas entre os três meses e os 16 anos com tosse aguda e sintomas de infeção do trato respiratório. Foi utilizado um modelo para determinar quais das 50 características demográficas, dos sintomas reportados pelos pais e dos sinais físicos eram mais úteis e precisos para distinguir um prognóstico bom de um mau, definido este último como aquele que resultava na hospitalização devido a infeção respiratória um mês após a primeira consulta.
O modelo mostrou que sete características estavam independentemente associadas à hospitalização, incluindo doença de curta duração (menos de três dias), temperatura elevada, pacientes com idade menor a dois anos, dificuldade respiratória, sibilâncias, asma e vómitos moderados a graves nas últimas 24horas.
Com base nestes resultados, os cientistas desenvolveram um sistema de pontuação para o risco futuro de hospitalização para crianças. Aqueles que apresentavam nenhuma ou apenas uma destas características tinham um risco de hospitalização muito baixo; uma criança com duas a três características apresentava um risco similar à população normal; e com quatro ou mais de quatro características tinham um elevado risco de serem hospitalizadas.
Alastair Hay conclui que espera que esta ferramenta clínica possa ajudar os profissionais de saúde a identificarem mais rapidamente e facilmente quais os pacientes que se encontram em risco mais baixo e mais elevado. Contudo, são necessários mais estudos para determinar quão eficaz é esta ferramenta na prática clínica.
Referências
Estudo puEstudo publicado na revista “The Lancet Respiratory Medicine”
Fonte: Univadis
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