Técnicos diagnóstico e Terapêutica com greve à vista
Ronda de Negociações Está Prestes a Terminar mas Governo e Sindicatos ainda Não Chegaram a Acordo
A última reunião negocial do governo com o Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores das áreas de Diagnóstico e Terapêutica (TSDTs) decorre no próximo dia 2 de maio, mas os representantes dos TSDTs preveem um impasse e prometem novas formas de luta já em maio.
Face à posição do governo durante as negociações, o Sindicato não espera chegar a acordo durante a reunião da próxima quarta-feira com os representantes do Governo e coordenada por Rosa Valente de Matos, Secretária de Estado da Saúde.
Até ao momento as propostas do Governo não se aproximaram das reivindicações dos Sindicatos, nomeadamente no que diz respeito à tabela salarial, às transições, ao sistema de avaliação, entre outros aspetos não menos importantes, nem apresentou qualquer fundamentação financeira sobre o esforço orçamental da revisão/criação das carreiras da classe, pretendendo, no entanto, encerrar as negociações.
Os sindicatos irão anunciar novas formas de luta no final da reunião, que se prevê terminar às 11h30.
FARSA DAS NEGOCIAÇÕES
O STSS relembra que as negociações com o Governo arrastaram-se a um ritmo inadmissível. Sobre as matérias nucleares da negociação, tais como as tabelas salariais, as transições para as novas carreiras, o regime de avaliação e o descongelamento de escalões, as propostas do Governo são encaradas pelos Sindicatos como uma provocação, pois, em muitos aspetos, este apresenta propostas que pioram a já grave situação dos TSDTs, sem paralelo na Administração Pública.
CERCA DE 10 MIL PROFISSIONAIS EM EXERCÍCIO NOS
SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE QUEREM VER A CARREIRA REGULARIZADA
Os TSDTs são constituídos por 19 profissões e abrangem áreas como as análises clínicas, a radiologia, a fisioterapia, a farmácia, a cardiopneumologia, entre muitas outras, num total de cerca de 10 mil profissionais em exercício nos serviços públicos de saúde. Em caso de luta, recorrendo à greve, esta afetará praticamente todos os serviços de saúde, com especial incidência nos blocos operatórios, altas e internamentos hospitalares, diagnósticos diferenciados em todas as áreas de intervenção clínica, planos terapêuticos em curso, distribuição de medicamentos, prevenção em saúde, etc.
DISCRIMINAÇÃO DOS TSDTs PROLONGA-SE HÁ 18 ANOS
Para o STSS a situação constituída pelo Governo não faz qualquer sentido, pois, se por um lado o processo negocial visa por fim a uma discriminação dos TSDTs que se prolonga há 18 anos, por outro lado os sindicatos têm demonstrado uma grande serenidade negocial, evitando especulações políticas que possam por em causa as negociações. Contudo, se do esforço de entendimento e negociação do STSS nada resultar, uma coisa fica clara: a responsabilidade do Governo é inequívoca, seja pelos eventuais efeitos de um conflito no normal funcionamento do SNS, seja da quebra de confiança nos compromissos deste.
Presidente do Sindicato
Almerindo Rego
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