opinião

JN Com Brindes Descontextualizados, ao Momento e aos Enfermeiros Portugueses!

Hoje, ao fim de uma semana de greve dos ENFERMEIROS PORTUGUESES, decretada pela FENSE, e que segundo a mesma organização sindical variou entre os 90 e 95% de aderência, e nesta mesma semana em que o Governo e os negociadores estatais definiram eles mesmos, entregar uma contraproposta até 15 de Agosto/2018 e falharam a palavra dada, por isso desonrada, aos Sindicatos, sobre a Carreira Especial de Enfermagem, eis que a Srª. Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Enfª. Ana Rita Cavaco, é brindada com grandes parangonas de primeira página do Jornal de Notíciais em que diz: “Bastonária aumenta salário e com dois anos de retroativos”.

Não vou aqui escalpelizar, nem a semana de greve, nem os seus resultados, nem a legalidade ou não do aumento deste salário. Vou sim, tentar fazer uma apreciação à oportunidade da notícia.

Precisamos de ter memória e por isso lembrar, que este mesmo “Jornal de Notícias”, em Setembro de 2017, aquando da grande semana de luta e da REVOLUÇÃO DOS CRAVOS BRANCOS, protagonizada pelos ENFERMEIROS PORTUGUESES, foi tudo, menos o órgão isento no espaço noticioso, ao que os ENFERMEIROS diz respeito. Brindou-nos até com editoriais desfocados da realidade. Mas adiante!

Mas as perguntas que se colocam são:

Porquê esta noticia agora, quando a Assembleia Geral desta Decisão já tem alguns meses?

A quem serve esta notícia e, reparem que até sob o ponto de vista jornalístico e noticioso, está em destaque no canto superior direito, com letras garrafais, para facilitar a leitura. E sendo neste “espaço de paginação” quem “pagou” este destaque, ou que favor terá sido pago para que acontecesse o mesmo destaque?

No momento em que encerra uma semana de greve, este “Jornal de Notícias”, com o seu “rigor” jornalístico e noticioso:

  • Preocupou-se em saber realmente, a razão do descontentamento dos ENFERMEIROS PORTUGUESES?
  • Sabem estes Senhores Jornalistas quais as diversas formações, funções, responsabilidade e presença 24 sob 24 horas junto do doente?
  • Que consequências têm para o SNS, e transversalmente para os cidadãos e utentes deste Serviço, o desinvestimento que acontece?
  • Razões estruturais e de recursos que estão subjacentes a esta problemática?
  • Encarregaram-se estes Jornalistas e Corpo Redatorial e Direcção em investigar e perceber se há igualdade e equidade no acesso aos cuidados de saúde, por parte de toda a População? E de que enferma o SNS?
  • Que forças políticas estão por trás da razão e motivações deste destaque jornalístico?

 

Mas lendo a notícia, surgem outros “actores”, nomeadamente ex-Bastonários da Ordem dos Enfermeiros, e que sabemos nós, todos os ENFERMEIROS, que efectivamente não primaram pelo bom desempenho. Até pela excessiva politização que protagonizaram à custa e com prejuízos para a nossa Classe Profissional.

Outro contexto, que deve ser tido em conta, porque não é/somos ingénuos, que é o contexto político. Com esta notícia obriga a falar-se na Srª. Bastonária e “esquece-se” a greve, os números e as consequências desta. A tentativa de desgaste da imagem da Srª. Bastonária Enfª. Ana Rita Cavaco, e da própria imagem da Ordem dos Enfermeiros. A tentativa de divisão (dividir para reinar) e colocar os ENFERMEIROS PORTUGUESES, uns contra os outros, e até criar algum desencontro também, com as diferentes estruturas sindicais. Mas estará a “esquerda geringonçada” a pensar já nas eleições para os Orgãos da Ordem dos Enfermeiros, do próximo ano?

Por onde andou o Sr. Ministro da Saúde, Prof. Adalberto Campos Fernandes? E o Sr. Primeiro Ministro, Dr. António Costa? E Sua Excelência o Presidente da República, Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa? Andarão a banhos e a tirar selfies? Não os preocupou a quantidade de cirurgias que foram adiadas? A quantidade de consultas, exames, domicílios e outras actividades que não foram realizadas?

Caros Colegas ENFERMEIROS PORTUGUESES, podemos concluir, que afinal, tudo fazem para nos tentar tirar força, tudo fazem para nos tentar calar, tudo fazem para nos tentar dividir. E o mais grave de tudo, é que temos entre a nossa Classe quem se preste a essas actividades e serviços menos dignos. O que os levará a fazê-lo? O que estará subjacente a tal servidão e subjugação?

Efectivamente, e neste momento, Caros Colegas ENFERMEIROS PORTUGUESES, não desviem a atenção e mantenham o foco das nossas reivindicações – UMA NOVA CARREIRA ESPECIAL DE ENFERMAGEM, com remunerações adequadas e justas às nossas funções, responsabilidades e formações/habilitações.

 

JUNTOS SOMOS MAIS FORTES! E somos mesmo! Assim o queiramos e saibamos sê-lo!

Humberto Domingues

Enf. Especialista Saúde Comunitária

2018.08.17 – 23h00

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Humberto Domingues

Enf. Espec. Saúde Comunitária

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