Ao lutar contra infecções múltiplas, bebês e crianças pequenas correm maior risco de resultados graves, sugere estudo

Com COVID, gripe e RSV criando o que muitos estão chamando de tripledemia, novas pesquisas estão lançando luz sobre o efeito que as diferentes variantes do COVID-19 tiveram nos pacientes mais jovens durante a pandemia e o papel que as co-infecções desempenharam nos resultados pediátricos.

Resultados do estudo de 18 meses, publicados na The Lancet Regional Health—Américas e liderado por Amit Bahl, MD, MPH, medicina de emergência da Corewell Health East, anteriormente Beaumont Health, mostrou que enquanto casos de omicron representaram as maiores taxas de internação hospitalar entre crianças de 0 a 17 anos, casos graves e até mortais de doenças eram menos prováveis ​​durante o omicron do que durante as variantes delta e alfa. Na verdade, as chances de doença grave foram 65% menores durante o ômicron em comparação com o alfa.

No entanto, se outro vírus respiratórios como gripe ou RSV estavam envolvidos com qualquer uma das variantes, resultados graves mais do que dobraram, com bebês e crianças tendo um risco significativamente maior.

“Crianças mais novas que foram infectadas com vários vírus ao mesmo tempo demonstraram uma necessidade significativamente maior de oxigenoterapia e cuidados em nível de UTI”, disse o Dr. Bahl. “Mais de 45% precisavam desse tipo de atendimento em comparação com apenas 22% dos pacientes que estavam doentes com um vírus. Dada a disseminação acima do normal de RSV e influenza este ano, é especialmente importante que os provedores reconheçam esse aumento risco quando estão tratando pacientes.”

Bahl e sua equipe de pesquisa, incluindo Nicholas Mielke, BS, coautor e estudante de medicina do quarto ano da Escola de Medicina William Beaumont da Oakland University, examinaram mais de 4.500 atendimentos de emergência no hospital Corewell Health Beaumont entre 1º de janeiro de 2021 , e 16 de junho de 2022.

O estudo também mostrou que a co-infecção foi mais comum durante a variante delta, com quase 17% dos casos pediátricos com mais de um vírus, seguido por omicron em 12,5% e alfa em pouco mais de 5%. Os dados foram coletados em três períodos: alfa: janeiro a junho de 2021; delta: julho a dezembro de 2021; e omicron: janeiro a 16 de junho de 2022.

“A ideia deste estudo começou há cerca de um ano, enquanto trabalhávamos em um projeto que analisava a eficácia das vacinas de reforço COVID em adultos”, disse Mielke. “Sentimos que era importante desenvolver nossa investigação anterior e relatar os resultados do COVID-19 em pediatria, dada a falta geral de pesquisas nessa população”.

De acordo com Mielke, um resultado surpreendente do estudo foi que, embora os resultados graves aumentassem significativamente nos casos de co-infecção, as mortes gerais permaneceram relativamente baixas entre os pacientes mais jovens.

Fiquei agradavelmente surpreso com a baixa taxa de ventilação mecânica e mortalidade intra-hospitalar entre esta população, especialmente em comparação com nosso estudo anterior em adultos”, disse Mielke. “O risco de doença grave e morte continua significativo para adultos e, com a rapidez com que as doenças virais se espalham de crianças para adultos, a vacinação da população pediátrica é muito importante, independentemente do risco inicial de doença grave”.

O Dr. Bahl indicou que, embora as vacinas para crianças de 5 a 11 anos estivessem disponíveis perto do final do período predominante delta, ainda não havia vacina para crianças menores de cinco anos, portanto, o verdadeiro impacto da vacinação entre as faixas etárias mais jovens foi difícil de mostrar durante o período do estudo. No entanto, ele disse que alguns dados foram coletados representando a faixa etária adolescente.

“Ao isolar os adolescentes que tiveram acesso à vacinação mais cedo do que as outras faixas etárias, fica claro que, proporcionalmente, houve menos atendimentos de emergência, hospitalizações e desfechos graves nessa faixa etária mais avançada ao longo da pandemia”, disse o Dr. Bahl

De acordo com o Dr. Bahl, a maior lição para os pais é lembrar de tomar medidas preventivas quando se trata de seus filhos.

“Nossos pronto-socorros estão cheios novamente com pacientes pediátricos que sofrem de doenças respiratórias“, disse o Dr. Bahl. “As vacinas COVID são protetoras contra resultados graves e, com essas co-infecções desenfreadas, quanto mais proteção nossos filhos tiverem, melhor para eles e para o resto da população.”

Autores adicionais do estudo incluíram Steven Johnson, DO, medicina de emergência no Corewell Health Beaumont; Ankita Desai, MD, doença infecciosa pediátrica no University Hospitals Rainbow Babies and Children’s Hospital; e Lihua Qu, MD, resultados de pesquisa no Beaumont Health Research Institute.

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