Governo tem um “polícia bom” e um “polícia mau” (e ninguém sabe quem vai ganhar)
O Governo ficou “assustado” com as sondagens e foi por isso que decidiu retomar as negociações com os professores e com os enfermeiros, defende Marques Mendes no seu habitual espaço de comentário na SIC, notando que há, neste momento, um “polícia bom” e um “polícia mau” no Executivo.
Marques Mendes acredita que “o Governo, de repente, mudou de estratégia” e voltou à mesa das negociações com professores e enfermeiros porque ficou “assustado” com “a greve de fome de um enfermeiro” – “um ato de desespero que, a prazo, se podia virar contra o Governo” -, “com as reações dos funcionários públicos” no caso da ADSE e “com a queda do PS nas sondagens”.
“As greves não matam, mas moem, criam desgaste e isso vê-se nas sondagens”, frisa ainda o comentador no seu espaço de opinião na SIC.
Assim, neste momento, o Governo tem um “polícia bom”, o primeiro-ministro António Costa que está recetivo a negociar, e um “polícia mau”, o ministro das Finanças Mário Centeno, que já avisou que “não há dinheiro para fazer cedências”, constata Marques Mendes.
Com “a economia a cair”, o que vai resultar em “menos receitas do Estado” e “implica cativar mais e evitar mais despesa”, Marques Mendes evidencia que Centeno não quer dar margem para mais gastos.
“O ministro das Finanças quer fazer um brilharete para efeitos eleitorais”, sublinha o ex-líder do PSD, notando que o ministro das Finanças “quer chegar ao fim do primeiro semestre deste ano, no fim de Junho, com o défice a zero ou até com um superavit [saldo positivo nas contas públicas]”.
Assim, “não há dinheiro para tudo“, “para enfermeiros, professores, magistrados e outros grupos profissionais”, conclui o comentador. Falta saber como vai terminar este “braço-de-ferro” entre as reivindicações de uns e o fechar da torneira de Centeno.
Moção foi boa para Cristas e Costa, nem tanto para o PSD
No seu espaço de comentário na SIC, Marques Mendes abordou também a moção de censura apresentada pelo CDS contra o Governo e que acabou chumbada pelos votos da Esquerda.
Para Marques Mendes, a moção foi “boa para Assunção Cristas que teve palco“, apresentando-se como “líder da oposição”, e também para António Costa que “mostrou que a coligação está sólida”, “unindo e mobilizando as suas tropas”.
Já para o PSD, que votou a favor da moção do CDS, o resultado não será assim tão positivo. O partido teve “uma prestação pobrezinha no debate” e “disse que a moção era inoportuna e um tiro de pólvora seca”, constata Marques Mendes.
O ex-líder social-democrata comenta ainda as eleições europeias de Maio, realçando que o PS “precisa de ganhar e com folga” porque “estas eleições são umas primárias das legislativas”.
Já o PSD precisa de “ganhar ou, no mínimo, perder por pouco”, porque se assim não for “parte completamente derrotado para as legislativas”.
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