
Investigadores norte-americanos e ingleses curam cegueira hereditária
Uma equipa de sete investigadores conseguiu curar um tipo de cegueira hereditária, através da primeira terapia genética do mundo. Esta descoberta, que valeu à equipa o Prémio Champalimaud de Visão, «é um passo fundamental para tratar outros tipos de cegueiras e outras doenças genéticas», avançam os investigadores.
«O que nós fizemos foi pegar numa cópia do gene e colocar no sítio onde estava o [gene] doente, permitindo que as células funcionassem normalmente», explicou Jean Bennet, membro da investigação à agência “Lusa”, referindo ainda tratar-se de uma terapia «muito simples», mas que requer «muitos passos».
Neste processo, foi utilizado «um vírus que não causa nenhuma doença para levar o gene normal às células nervosas». Um passo muito importante para os investigadores, uma vez que «vai ajudar as pessoas com esta doença em particular, mas também porque é um passo fundamental para tratar outros tipos de cegueira e outras doenças genéticas».
Com este avanço, as pessoas que nascem sem visão «passam a conseguir andar de bicicleta, andar sozinhas na rua, sair à noite, coisas que não podiam fazer anteriormente», garante Jean Bennet.
O tratamento está a ser implementado em seis centros de excelência, nos Estados Unidos e os investigadores esperam que «esteja disponível na Europa em breve e no resto do mundo, assim que os organismos reguladores o aprovarem».